Com personalidades diferentes, os dois atores se completam em Ti-ti-ti,
Por Elisa Duarte''Esses dois foram um presente do Cassiano pra mim, disse Maria Adelaide Amaral sobre Alexandre Borges e Murilo Benício, protagonistas de sua primeira novela, Ti -ti-ti, baseada na obra homônima, de 1985, e com duas tramas de Plumas e Paetês. A autora, que trilhou sua trajetória na Globo com minisséries de sucesso, tem uma visão extremista sobre seu novo desafio: ''Novela é estiva, é muito pesado. Então, tenho que me divertir. E acho que isso está visível nos capítulos que entreguei. Estamos nessa vida para divertir as pessoas'', concluiu.
No papel do estilista Jacques Leclair, vivido originalmente por Reginaldo Faria, está Alexandre Borges. Victor Valentin, imortalizado por Luis Gustavo, ficou sob responsabilidade de Murilo Benício. ''Criei uma expectativa horrorosa. O Victor Valentin ainda não veio, e estou preocupadíssimo. Não é insegurança, é um frio na barriga. Como se não bastasse, quando cheguei para gravar, o Jorginho (Fernando, diretor da novela) me perguntou com aquele olho azul: 'Tá pronto? Porque o Alexandre está hilário, ele arrasou'.''
No enredo, o personagem de Alexandre Borges prefere fingir ser gay a lidar com o ciúme dos maridos de suas clientes, na maioria, suas amantes. ''Estou deixando a coisa rolar na cena. Não quero fazer nada estereotipado. Tem muito humor, mas tem também uma coisa sutil. Estou buscando uma coisa meio andrógina. Na própria sedução das mulheres, ele terá uma coisa delicada que avançará para o gay. Não quero fazer nada caricato'', afirmou.
Química perfeita
A famosa química entre atores não acontece apenas entre homens e mulheres. Para viver os rivais André Spina e Ariclenes e seus alteregos, Jacques Leclair e Victor Valentin, os atores Alexandre Borges e Murilo Benício encontraram o ponto de entrosamento entre suas personalidades, opostas, mas complementares. Alexandre é o pontual, educado; Murilo é o atrasadinho, carismático. Alexandre devora os textos até decorar cada vírgula; Murilo não leva trabalho para casa. Um é mais magrinho; o outro mais cheinho. Os dois emagreceram sete quilos para o papel, mas Murilo quer perder mais quatro. ''O Alexandre tem cara de CDF'', disse Murilo, inconformado com o shape do amigo e embasbacado com suas declarações sobre comprar vestidos exatos para a esposa vestir em ocasiões especiais, como Natal e Réveillon. ''Eu deixo na loja e digo que está pago. Ela escolhe, mas fui eu que comprei'', revela o bem-humorado Murilo. ''Meu último personagem cômico do horário das 7 foi o Artur Fortuna, de Pé na Jaca. Eu falava do jeito que fazia meu filho mais velho rir e gesticulava como meu filho menor achava graça. Procuro passar muito humor para os meus filhos. Isso foi a melhor coisa que herdei da minha família. Acho que a maior herança que você pode deixar para uma pessoa é fazer rir. Esse dom não tem preço. E a gente está aqui hoje pra isso, essa novela é pra isso, praticamente um trabalho beneficente'', brincou.
Quando o assunto é moda, os dois recorreram as suas mulheres. ''Comecei a acompanhar moda por causa da Julia, ir em desfiles. Sou uma pessoa que se veste com o estilo da rua, urbano mesmo, tenho uma coisa prática. Gosto dessa riqueza que acabou acontecendo na moda brasileira. Por causa da novela, comecei a prestar mais atenção no assunto e li algumas biografias de estilistas, inclusive a do Yves Saint Laurent'', contou Alexandre. Por sua vez, Murilo disse não sair de casa sem ouvir a opinião de Guilhermina Guinle, também no elenco da novela. ''Da última vez que trabalhamos juntos, nos apaixonamos. Gosto de trabalhar do lado de pessoas que confio. Começo a torcer por eles como torço por mim.''
Maria Adelaide Amaral e Murilo Benício
FONTE/CONTIGO
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