Nelson Rubens:
‘Se eu tivesse fracassado,
a indústria da celebridade iria
demorar para se expandir no Brasil’
Nelson Rubens aumenta, mas não inventa. Todo mundo sabe disso e até por este motivo tem o apresentador do “TV Fama” como referência quando se fala em “fofoca” no Brasil. Como o próprio diz, “modéstia às favas”, ele já era chamado de fofoqueiro número um do país “quando ainda não existiam o dois e o três”. Viciado no Twitter, com quase 90 mil seguidores, o jornalista tem comentado em tempo real a vida dos famosos e bastidores da televisão, mas pouco se sabe de sua vida pessoal. Até mesmo sua idade é um mistério – há quem diga que está entre os 70 e os 91.
Sacanagem, segundo ele, que não revela quantos anos tem depois de ter recebido o conselho de uma cigana. Nessa entrevista divertidíssima, o bem-humorado Nelson revela um pouco de sua intimidade e lembra histórias curiosas: sabe a revista com Silvio Santos careca na capa? Foi ideia dele.
Leia a seguir.
Já se vão dez anos à frente do “TV Fama”. Qual o balanço que faz desse tempo no programa?
O “TV Fama” não é firma para se fazer balanço! (risos) Mas o saldo é positivo: para a Rede TV! e para o público, que mantém o programa no ar! Nunca faltou patrocinador para o TV Fama.
Muitos já passaram pelo comando do programa nesse tempo, mas você se mantém firme e forte. Qual o segredo? Acha que sua imagem se confunde com a do programa?
Segredo?! Eu me mantenho firme e forte com muitas vitaminas e fontes… de informação! E a minha imagem não se confunde com a do programa: ela se agrega ao “TV Fama” – por isso fui contratado para ancorar. Na época, o programa poderia até ter saido do ar… Aliás, adoro trabalhar em dupla – e sempre estou ao lado de mulheres belas e inteligentes. E todas as apresentadoras que deixaram o programa estão bem: fizeram bons casamentos e bons empregos.
Como surgiram os bordões “ok, ok” e “eu aumento mas não invento”?
OK! OK! foi inspirado no Silvio Santos: ele tem o hábito de dizer “o.k.” nos bastidores. Eu achei legal dobrar – virou um bordão e uma forma de dizer “alô, boa noite”. Eu aumento, mas não invento eu explico: sou o jornalista que tenta sempre colher mais noticias… Assim, eu provo que pode-se “aumentar” as informações na coluna, na TV, mas nunca se deve inventar – tipo: “Sandy agora é mesmo uma devassa”…
Algumas pessoas dizem que você tem gênio difícil. É verdade? Se considera muito exigente?
Quem tem o gênio difícil deve ser o Aladim, da lampada mágica… (risos). Sou profissional exigente, sim. Hoje em dia a televisão é como no futebol: joga-se no erro do adversário. Perdeu a bola, está ferrado. Ao vivo, então, não se pode perder o foco… Todo profissional deve ser exigente consigo mesmo. Ou talvez seja o meu signo: Virgem. Faço aniversário no primeiro dia do signo: 23 de agosto.
Acha que as notícias sobre celebridades ainda são mal vistas no Brasil?
Muito pelo contrário: são bem vistas – pelo público. O “TV Fama”, sites, jornais, rádios, evoluíram muito. A imprensa brasileira de celebridades pode ser comparada com a norte-americana ou a italiana. Eu, por exemplo, tenho formação européia: desde a década de 70 leio revistas italianas – era colaborador da Editora Abril (tinha acesso…) Como sou até hoje, com a coluna semanal em “Minha Novela”. Também entendo que a internet, a maior fonte de sabedoria e informação, surgiu para colaborar que a noticia sobre celebridade seja bem vista e apurada. Agora, se a noticia pode ser “mal vista” pelo artista – quando ele se julga uma “vítima” – paciência…
Além de comandar o “TV Fama”, você também está à frente da cobertura de Carnaval da Rede TV!, que, por vezes, é alvo de críticas por “pegar pesado”. Você percebe quando passa do ponto? Ou no Carnaval pode tudo?
? Como assim? “Bastidores do Carnaval” ganhou nota 10 da conceituada Patricia Kogut, do jornal “O Globo”, este ano. Fui até chamado de craque e mestre por seus colegas, críticos, na internet. Carnaval é festa, alegria, diversão, mas é informação: se passar do ponto queima até a… rosca! (risos). Todo o cuidado é pouco… A nossa equipe inteira sabe disso – e se comporta muito bem. Deslize, falha, isto é acidente de trabalho… “TV Fama” tem uma excelente equipe, dirigida pelo Fabio Martinho, e com a supervisão da Monica Pimentel, que sempre atuou na área de jornalismo-celebridade.
Como lida com as críticas?
Eu adoro a crítica – desde que seja com fundamento. Não adianta escrever no jornal – “Nelson Rubens não ficou legal de black-tie apresentando Bastidores do Carnaval…” Por que? Estou dentro do estúdio – é um contraponto com as fantasias que vem de fora… Os elegantes bailes de carnaval no Brasil sempre exigiram black-tie… Sabia?
Fez muitos inimigos famosos nessas décadas de profissão? Como lida com eles? Tem algum caso conhecido de todos?
Modéstia às favas, fui o primeiro a fazer fofoca no rádio e no jornal (no extinto “Última Hora”) com o próprio nome. Os colunistas – da época – usavam até nome de mulher – para assinar coluna de fofoca… Se eu tivesse fracassado ou fosse rejeitado, acho que a indústria da celebridade iria demorar mais para se expandir no Brasil. O José Simão fez uma crônica na “Folha de S. Paulo” começando assim: “Disseram que o Brasil iria virar um imenso Portugal, mas virou mesmo um imenso Nelson Rubens… Nasce um fofoqueiro por dia!” Quanto aos inimigos, desconheço… Geralmente não aparecem… São covardes e falam pelas costas da gente… Inimigo profissional tem vida curta: é igual bandido. Você já viu bandido aposentado na fila do INAMPS? (risos)
Você é amigo de outros jornalistas que trabalham com “fofoca” como Leão Lobo, Sonia Abrão e Décio Piccinini?
Somos companheiros! Eu aprendo com eles e eles aprenderam muito comigo. O Leão, por sinal, certo dia, foi na redação do “Última Hora” – segundo o próprio me contou – me conhecer: ”Sou jornalista e fofoqueiro também…” Ele estava começando – com uma coluna em jornal de bairro… Admiro os três! Aliás, falando em fofoca, aquela matéria de capa da extinta “Melodias”, com o Silvio Santos careca, foi idéia minha… O Silvio Santos aprovou e a revista bateu recorde de vendas. Foi também a foto (uma montagem. Não havia computação gráfica…) mais divulgada pela imprensa – quando saiu o livro sobre Silvio Santos… Portanto, minha credibilidade vem de noticia tipo – ”Até a Namoradinha do Brasil se separa!” Foi um escândalo revelar que o casamento de Regina Duarte tinha acabado – e eu revelei um dia após ela tomar a decisão… Outra: o namoro do Ronaldo Fenômeno com a Milene – nem a mãe dela sabia… E depois foi contra! Eu sempre escrevi a chamada noticia (ou fofoca) de gente famosa em formato jornalistico – como se fosse a queda de um ministro. No rádio também: afinal, a minha língua não é alugada… Aliás, devo muito ao Silvio Santos e a RedeTV!. Ao Silvio por contribuir com a divulgação da minha imagem me anunciando como ”fofoqueiro número 1 do Brasil” – quando ainda nem havia o 2, o 3… E a direção da RedeTV! – por confiar no meu trabalho para conduzir o “TV Fama”, um formato sempre imitado na TV brasileira…
O que acha de ex-BBBs que vão parar na TV?
O criador do Big Brother – inspirado em um teste de psicanalista norte-americano que confinava pessoas – chegou à conclusão que, muito mais que o prêmio, quem participa de reality show quer ingressar mesmo é no meio artístico… É como se fosse um teste de calouros… A própria Maria (campeã do “BBB 11″) revelou: “É muito dinheiro, nem sei o que fazer…”) sonha agora em ser atriz global. Isso ela tem certeza que saberá administrar… Portanto, é natural que vão querer continuar na TV. Mas nem todos tem a sorte – digamos assim – da Grazi Massafera e da Sabrina Sato…
Você fala da vida dos outros, mas pouco se sabe sobre sua vida. Como consegue manter a vida privada bem guardada? O que o público não sabe sobre Nelson Rubens?
Eu não falo da vida alheia… Sou um jornalista que revela os bastidores sobre os famosos do chamado meio artístico… Do mesmo jeito que atuam os colegas na politica, no futebol… É claro que, para marcar o meu território, eu criei as expressões “Eu aumento, mas não invento”, “Você foi visto…”, “Vou destilar o meu veneno..”, “Abre o jogo”, “Abre o coração”… Que, por sinal, são usadas sempre pela midia… OK!OK! Agora, minha vida privada é o quê? Sou casado – com a mesma mulher – tenho um filho e uma filha… E um “filho” adotado: o meu Twitter – (@nelsonrubenstv) – no qual me divirto e aprendo muita coisa com os twitteiros… Gosto de futebol: sou corinthiano de ir ao Pacaembu. Fiz programa no rádio de bastidores do futebol. Sou sócio da ACEESP… Tenho cachorro e, entre os meus carros, meu automóvel preferido é um conversível vintage vermelho… Minha idade eu não revelo – por sugestão de uma cigana, mas o que rola na internet é sacanagem de alguém – colocaram que tenho 91 anos!!!! Quem me dera! Nunca fiz plástica e, dizem, estou com a cara melhor do que quando comecei na TV, no júri do Chacrinha e do Silvio Santos. Ah, também não quero me aposentar: eu quero é morar em Paris!
Se não fosse um jornalista de celebridades, o que seria?
Ah, eu queria ser jogador de futebol. Se o gol é um orgasmo para quem torce, imagina para quem faz? Também poderia ser advogado: tenho a pretensão de defender os injustiçados, combater o preconceito, etc. Ou, então, médico: curar alguém deve ser muito bom. Mas sou jornalista, e muito feliz: além de lidar na área artística (dureza é o Datena, que só fala de bandido…) dizem que a nossa profissão é o quarto poder… Aliás, até aconselho aos que desejam ingressar no jornalismo: não há milagre, batalhe pelo seu sonho e lembre-se - os bons sonhos custam caro…
FONTE\IG
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