George Clooney
Por Mariana Alves
Sei que é delírio, mas ele provoca isso em mim: se fosse leiloado, ficaria no páreo, só para experimentar (caso arrematasse o prêmio) sua pegada enlouquecedora.
Afinal, Clooney permeia a minha mente fantasiosa (e, confesse, a sua também!), e faz aflorar todos os nossos sentidos
Se George Clooney fosse, na real, o médico do seriado ER, toda mulher tentaria sofrer um colapso, nem que fosse fictício, só para poder ser socorrida por ele.
Afinal, estamos falando sobre um dos galãs mais cobiçados do planeta e que, aos 50 anos, ainda continua lindo, leve e solto.
Sim, Clooney ainda não quer compromisso sério! Pra você ter uma ideia, há mais de vinte anos, ele apostou com suas amigas Michelle Pfeiffer e Nicole Kidman 10 mil dólares que não teria filhos até os 40 anos.
O galã ganhou a aposta, devolveu os cheques enviados pelas atrizes e desafiou: o dobro ou nada que continuaria sem herdeiros por mais uma década. E não é que Clooney levou a aposta novamente!
"Sei o quanto a vida é breve e como
temos de fazer cada dia valer a pena"
Perfil ideal
O ator alcançou a fama relativamente tarde para os padrões hollywoodianos. Foi apenas aos 30 anos que conseguiu o papel no seriado americano ER.
“Tive sorte. Estava numa série de TV que foi um sucesso enorme. A partir daí, consegui trabalhar em filmes e, eventualmente, atuar em longas que queria fazer.
Se isso não tivesse acontecido, estaria fazendo seriados para a TV e sobrevivendo. Ou não...”, afirma ele sobre como alcançou o estrelato.
Porém, ao contrário do que diz, Clooney é um desses atores que parecem estar destinados à fama.
Não apenas pelo carisma e pela aura sedutora aparentemente inatos, mas por fazer parte, digamos, de uma dinastia acostumada aos holofotes.
Ele é filho de Nick Clooney, um famoso jornalista norte-americano, e sobrinho de Rosemary Clooney, cantora ícone nos anos 1960.
Apesar disso, para ele, tudo foi uma questão de sorte. “O problema com pessoas famosas, no geral, é que elas pensam que são gênios.
Mas tudo é uma questão de sorte. Você fica famoso e pensa: ‘Sim, claro que eu deveria ser famoso; eu mereço tudo isso’."
Mas não se engane com o seu jeito aparentemente leve e descompromissado de viver a vida. Clooney é, atualmente, uma das pessoas mais influentes da indústria cinematográfica.
Ele atua, produz, dirige e ainda encontra tempo para trabalhar para as Nações Unidas, lutando por causas sociais – como no caso da luta por Darfur (conflito armado no oeste do Sudão, que já gerou mais de 450 mil mortes).
“É uma honra poder emprestar minha imagem para ajudar, especialmente em nome das Nações Unidas. Mas, no caso de Darfur, tem sido a maior falha da minha vida. Junto a outras pessoas, conseguimos atrair bastante atenção para a situação de lá, mas nada mudou realmente. É muito frustrante”.
Conclusão: ele é lindo, milionário, sabe aproveitar a vida e ainda gosta de ajudar ao próximo. Na entrevista que segue, George Clooney abre o jogo e fala sobre família, sua obsessão pelo trabalho, sua vida na Itália e porque sossegar não é para ele.
Há muito tempo, você decidiu se dedicar ao tipo de carreira da qual você pode se orgulhar. Você acha que atingiu a maioria dos seus objetivos?
(risos!) Não estou me afundando em tristeza. Mas eu também não acho que tenho tudo garantido. Estou em um ponto da minha vida em que posso fazer muitos filmes interessantes, porém essa janela pode se fechar muito rápido, caso eu não tome cuidado. Estou mais determinado do que nunca a aproveitar as oportunidades que tenho.
O que o seu pai pensou quando você quis tentar a carreira de ator?
No mínimo, foi uma fonte de preocupação (risos!). Claro que ele entendeu que eu queria sair do estado de Kentucky (EUA) e que minha tia Rosemary era uma grande inspiração para mim, porque ela foi uma das grandes celebridades do seu tempo. Mas ele me disse que teria muitas dificuldades e que deveria estar preparado para lidar com muitas decepções. Contudo, quando você tem seus vinte anos, você não está pensando assim. Você é levado por esperanças e sonhos de uma vida boa, seja lá o que isso for.
Você parece ter criado uma vida muito boa longe da sua carreira. Isso foi algo que planejou ou aconteceu por acaso?
Estava trabalhando tanto nos meus projetos que, por algum tempo, eu nem pensava muito sobre como minha vida pessoal estava evoluindo. Não ligava, não tinha família ou filhos para cuidar e não estava envolvido em nenhum relacionamento longo. O que mudou minha vida de uma maneira muito prazerosa e inesperada foi comprar uma vila em Laglio, na Itália. Mas isso não foi planejado. Foi puramente uma decisão de investimento. Pensei que ia passar algum tempo de férias lá e só isso. Mas daí percebi como a vida na Itália era bonita. Isso ajudou a me acalmar e não me sentir tão pressionado.
Então, a vida na Itália o ajudou a fugir das armadilhas de ser uma das maiores celebridades do mundo?
Tira você dos holofotes por muitos meses. Para mim, é muito mais fácil ir com os meus amigos a um restaurante em Laglio sem a possibilidade de 50 fotógrafos aparecerem em 30 minutos. Minha vida lá me tira dos aspectos de circo por ser uma celebridade. Mas, infelizmente, Laglio está se tornando meio que uma meca turística, então, já tenho de ser um pouco mais cuidadoso quando estou por lá. Sempre que quero, posso encenar uma diversão e convidar o Brad e a Angie e seus quinze filhos para uma visita. Daí, posso fugir discretamente para o outro lado do lago de barco quando quiser (cai na gargalhada!).
Você dirige e produz filmes, desenvolve projetos e é um dos atores mais queridos do mundo. Não há um ponto final para você?
Tenho a satisfação de saber que trabalhei muito duro para chegar aonde estou hoje e não vou começar a me acalmar tão cedo... Ainda sinto que não fiz o meu melhor trabalho. Mas consegui, pelo menos, me colocar em uma posição na qual posso continuar fazendo o que amo.
Amor sem Escalas foi muito bem-recebido pela crítica e pela audiência, assim como Conduta de Risco. Porém Os Homens que Encaram Cabras e O Amor Não Tem Regras falharam em encontrar o sucesso.
Parece que a audiência prefere ver você em papéis mais sérios atualmente?
Você nunca pode ter certeza do tipo de reação que seu filme irá gerar. Eu amo drama, mas também gosto de misturar um pouco as coisas. No caso de Amor sem Escalas, conforme estávamos trabalhando no filme, ficou claro que ele estava se tornando menos uma comédia e mais algo sobre o estado real das coisas... De repente, pareceu mais atual do que nunca. Parecia que estávamos no momento exatamente certo para fazer esse filme, porque a crise financeira bateu e muitas pessoas começaram a perder seus trabalhos. Tivemos muita sorte de o filme ser visto como um comentário de um assunto real e opressor para tantas pessoas.
É por isso que você escolheu não fazer grandes filmes comerciais depois de sua experiência em Batman & Robin?
Isso foi uma autopreservação mais do que qualquer coisa. Teve muita badalação em torno de eu ser o Batman e quase acabei com a franquia e com minha carreira junto. Eu também não queria fazer muitas comédias românticas fáceis. Queria fazer filmes como Três Reis e Irresistível Paixão, porque esse tipo de filme está tentando algo diferente e tem alguma chance de deixar uma marca.
Você está particularmente orgulhoso de ter feito filmes como Syriana – A Indústria do Petróleo (pelo qual levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) e Conduta de Risco?
Sim. Esses filmes tratam a audiência como adultos e, quando você faz parte de filmes sérios, sente de verdade que era para isso que você estava trabalhando sua carreira inteira. O interessante é que, mesmo que agora as pessoas vejam Syriana – A Indústria do Petróleo como um filme destinado ao sucesso, foi muito difícil conseguir financiamento para esse projeto.
Sendo um dos rostos mais conhecidos do mundo, como a fama atrapalha sua liberdade pessoal?
Há um preço a se pagar por ser famoso. Mas não é tão difícil passar por isso. É uma coisa com que me acostumei há muito tempo, mas tem um efeito de desvirtuar a maneira como você interage com outras pessoas. Esse é um dos motivos pelos quais passo mais tempo na Europa. Isso porque, mesmo que eu seja reconhecido por lá, é mais tranquilo.
Você falou sobre não querer perder tempo. Você se aproxima do seu trabalho com um senso de urgência?
Sei o quanto a vida é breve e como temos de fazer cada dia valer a pena, não só os melhores momentos, como as nomeações a prêmios e as noites de estreia. Se minha vida é sobre esses momentos satélites, e depois? Esses instantes vêm e vão. Tenho de viver o todo. No final das contas, o que importa são as amizades, a lealdade e a forma como você trata as pessoas.
FONTE\UMAMULHER
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