Queria resgatar a autoestima dos alagoanos
Vinte anos depois de ser a musa do impeachment de Fernando Collor, Thereza Collor posa para o filho Victor Collor de Mello na sua mansão em Maceió, onde viveu os anos mais tensos e intensos de sua vida
Por Bianca Zaramella
O que jardinagem tem a ver com política? No Brasil, tudo. Duas áreas verdes, distantes cerca de 1.500 quilômetros, estiveram no epicentro do momento mais crítico da história do País. O primeiro deles em Brasília.
Em 1992, deflagrada a crise no governo de Fernando Collor, os jardins da casa da Dinda – residência oficial do presidente na época – simbolizavam o auge de um esquema de corrupção pilotado pelo braço direito de Collor, seu tesoureiro PC Farias. Motivo:
O lugar, cerca de 13 mil metros quadradros adornados com cascatas artificiais, que desembocavam em lagoas habitadas por carpas japonesas, teria custado US$ 2,5 milhões aos cofres públicos.
Naquele mesmo ano, o presidente foi destituído do cargo e virou história. O outro jardim, menos portentoso, fica na Casa Turquesa, em Maceió.
Ali viveu o casal Thereza e Pedro Collor de Mello, irmão do presidente deposto e autor das denúncias sobre o esquema.
Cercado por coqueiros, o gramado era onde os dois buscavam um pouco de ar puro e paz nos dias de “bombardeio”.
“Sinto falta de conviver com o verde desta casa”, comenta ela, que hoje se divide entre seus outros dois endereços:
Um apartamento em São Paulo e a fazenda de coqueiros do atual marido, o empreiteiro Gustavo Halbreich, em Alagoas.
Vinte anos depois do escândalo, Thereza posa para Gente neste jardim. Quem a fotografa é o próprio filho caçula, Victor, 25, expondo a cumplicidade que têm.
Na entrevista, ela fala de como a família reagiu à superexposição, do apoio ao marido falecido em 1994, do filho mais velho, Fernando, 28, que é candidato a vice-prefeito no interior de Alagoas e da lição que tirou do furacão que viveu. Este jardim deve ter história para contar. Sente saudade dele? Thereza. Sinto.
Sinto falta de conviver com o verde desta casa. Aqui é para onde eu volto sempre que posso.
Como foi viver com Pedro Collor aqui naquele período?
Enfrentamos um problema muito grande juntos e na frente de um País inteiro. Foi um processo muito difícil, mas sempre estive ao lado do meu marido.
Você foi eleita a musa do impeachment. Continua vaidosa como antes?
Não, nada. Sabe que até para posar para fotos não uso quase nada? Não tenho mais toda essa preocupação, não. Também não gosto muito de ir ao cabeleireiro. Isso é para quem tem tempo e muita paciência (risos).
Sua beleza causou ciúme na ex-primeira-dama, Rosane Collor. Ser bonita chegou a ser um problema?
Olha, lembro que tão logo fiquei viúva, em dezembro de 1994, fui convidada a ser secretária de Turismo de Alagoas. Assumi no dia 3 de janeiro do ano seguinte e fiquei até 1998.
Trabalhei muito e usei a atenção da imprensa sobre mim para tentar reverter a imagem negativa que o Estado tinha. Queria resgatar a autoestima dos alagoanos. O Nordeste tem um estigma muito pesado. E lembro que cheguei a ser “alertada” por colegas para ter cuidado e não aparecer mais que o governador.
FONTE\ISTOÉGENTE
Por Bianca Zaramella
O que jardinagem tem a ver com política? No Brasil, tudo. Duas áreas verdes, distantes cerca de 1.500 quilômetros, estiveram no epicentro do momento mais crítico da história do País. O primeiro deles em Brasília.
Em 1992, deflagrada a crise no governo de Fernando Collor, os jardins da casa da Dinda – residência oficial do presidente na época – simbolizavam o auge de um esquema de corrupção pilotado pelo braço direito de Collor, seu tesoureiro PC Farias. Motivo:
O lugar, cerca de 13 mil metros quadradros adornados com cascatas artificiais, que desembocavam em lagoas habitadas por carpas japonesas, teria custado US$ 2,5 milhões aos cofres públicos.
Naquele mesmo ano, o presidente foi destituído do cargo e virou história. O outro jardim, menos portentoso, fica na Casa Turquesa, em Maceió.
Ali viveu o casal Thereza e Pedro Collor de Mello, irmão do presidente deposto e autor das denúncias sobre o esquema.
Cercado por coqueiros, o gramado era onde os dois buscavam um pouco de ar puro e paz nos dias de “bombardeio”.
“Sinto falta de conviver com o verde desta casa”, comenta ela, que hoje se divide entre seus outros dois endereços:
Um apartamento em São Paulo e a fazenda de coqueiros do atual marido, o empreiteiro Gustavo Halbreich, em Alagoas.
Vinte anos depois do escândalo, Thereza posa para Gente neste jardim. Quem a fotografa é o próprio filho caçula, Victor, 25, expondo a cumplicidade que têm.
Na entrevista, ela fala de como a família reagiu à superexposição, do apoio ao marido falecido em 1994, do filho mais velho, Fernando, 28, que é candidato a vice-prefeito no interior de Alagoas e da lição que tirou do furacão que viveu. Este jardim deve ter história para contar. Sente saudade dele? Thereza. Sinto.
Sinto falta de conviver com o verde desta casa. Aqui é para onde eu volto sempre que posso.
Como foi viver com Pedro Collor aqui naquele período?
Enfrentamos um problema muito grande juntos e na frente de um País inteiro. Foi um processo muito difícil, mas sempre estive ao lado do meu marido.
Você foi eleita a musa do impeachment. Continua vaidosa como antes?
Não, nada. Sabe que até para posar para fotos não uso quase nada? Não tenho mais toda essa preocupação, não. Também não gosto muito de ir ao cabeleireiro. Isso é para quem tem tempo e muita paciência (risos).
Sua beleza causou ciúme na ex-primeira-dama, Rosane Collor. Ser bonita chegou a ser um problema?
Olha, lembro que tão logo fiquei viúva, em dezembro de 1994, fui convidada a ser secretária de Turismo de Alagoas. Assumi no dia 3 de janeiro do ano seguinte e fiquei até 1998.
Trabalhei muito e usei a atenção da imprensa sobre mim para tentar reverter a imagem negativa que o Estado tinha. Queria resgatar a autoestima dos alagoanos. O Nordeste tem um estigma muito pesado. E lembro que cheguei a ser “alertada” por colegas para ter cuidado e não aparecer mais que o governador.
FONTE\ISTOÉGENTE
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