quinta-feira, 1 de novembro de 2018

TOP GIZELE OLIVEIRA CELEBRA 2º DESFILE DA VICTORIA'S SECRET:
 "OUVI A VIDA INTEIRA QUE NÃO ERA BONITA"
Natural do Espírito Santo, modelo será uma das quatro brasileiras que participam no badalado desfile da marca de lingerie neste ano

Por Marina Bonini
Guarde bem o nome de Gizele Oliveira. A top brasileira, de 25 anos, é uma das novas sensações da moda mundial e desfilará, pelo segundo ano consecutivo, no show anual da Victoria's Secret de 2018, que deve ter apenas quatro brasileiras nesta edição: Gizele, Lais Ribeiro, Barbara Fialho e Adriana Lima.
Nascida no Espírito Santo, a jovem relembra que o começo de sua carreira, aos 17 anos, foi desafiador. Além de ter que conciliar os estudos e trabalho com os ensaios como modelo, ela teve que enfrentar críticas em relação a sua aparência.
"Eu ouvi a minha vida inteira que eu não era bonita, que não tinha nada de especial. Só comecei a acreditar em mim mesma quando vim para os Estados Unidos e as pessoas começaram a me elogiar por coisas que eu sempre fui colocada pra baixo antes, principalmente sobre o meu estilo", relembra ela, que não passou em nenhum teste para fazer parte do casting de agências em São Paulo e se mudou para Miami para investir na carreira no mundo fashion.
"O começo da carreira foi difícil, eu estava ainda estudando no terceiro ano e também trabalhava. Então, às vezes eu tinha que pedir folga do trabalho para fazer algum desfile. Lembro que um dia a minha chefe me perguntou se eu queria trabalhar lá ou ser modelo. Não pensei duas vezes e larguei tudo pela minha carreira. Nunca me mudei para São Paulo porque nenhuma agência havia dito sim, então fui direto para Miami."
Morando em Nova York desde 2014, Gizele hoje celebra ter conquistado seu espaço na moda e ser eleita uma das brasileiras que representará o País no desfile da Victoria's Secret, que é gravado no começo de novembro e costuma ser exibido na TV em dezembro.  Ansiosa para o grande dia, ela conta o seu segredo de beleza antes de ir a um teste da marca, que reprovou recentemente as beldades Isabeli Fontana e Izabel Goulart.
"O casting da Victoria’s Secret sempre me deixa super ansiosa. Antes do casting eu sempre malho bastante e tento cortar os carboidratos", conta ela, que segue uma dieta pescetariana, de peixe e vegetais. "É bem fácil me alimentar bem por causa da dieta que eu sigo. Mas também amo macarrão, pizza e chocolate."
Te descobriram como modelo quando você estava assistindo um desfile no shopping. Qual foi a reação da família quando soube do convite? Te apoiaram?
Eu tinha 17 anos na época. Minha família ficou feliz, mas quem realmente ficou superanimado foi meu padrinho que sempre acreditou em mim.

O que mais te surpreendeu positivamente e negativamente no mundo da moda?
Positivamente, eu me surpreendi com a liberdade de expressão. Eu sinto como se eu pudesse ser quem eu sou e me vestir do jeito que eu quero. Negativamente, que mesmo nos dias de hoje, com todos querendo vender a diversidade, eles ainda não dão espaço para todos os tipos de beleza. Isso é notável na semana de moda, por exemplo.

 Quais os perrengues que teve que enfrentar para chegar na posição que está hoje?
 Eu acho que já passei por todos os tipos de perrengues imagináveis. No começo não tinha dinheiro para comida, vivia com um gift card que a agência oferecia semanalmente de 50 dólares e não dava pra comprar nada além de comida congelada. Fiquei assim por um ano, pelo menos. Já sentei e chorei na rua muitas vezes porque eu me perdia e ninguém queria me ajudar. Entre outras coisas do tipo.

 Qual foi o trabalho mais importante para a sua carreira?
Pra mim o trabalho mais importante da minha vida com certeza foi o desfile da Victoria’s Secret!

Uma modelo passa nas passarelas e nas fotos muita confiança. Já li em entrevistas que você é tímida. 
Você sempre teve boa autoestima ou também encarou fases de não se achar bonita?
Sim eu ainda sou muito tímida, mas isso é mais visível quando eu conheço pessoas novas. Eu ouvi a minha vida inteira que eu não era bonita, que não tinha nada de especial. Todo mundo tem aquela fase que se acha menos bonita, o cabelo não tá bom, a pele não tá boa. É normal!

Muitas tops como Izabel Goulart têm a barriga saradíssima e sempre dividem com os seus seguidores a rotina fitness. Você também tem essa preocupação com a malhação?
Sim. Eu malho quase todo dia. Só não malho quando trabalho o dia todo e estou muito cansada.

A Isabeli Fontana recentemente relembrou o começo da carreira no seu canal do YouTube e disse que a competição e a relação com outras modelos nem sempre era fácil. Como é o clima nesses testes entre as modelos? Existe um clima pesado de competição mesmo?
Eu acho que antigamente era bem pior. Cada modelo tem seu estilo e personalidade, então não acho que as meninas se odeiam ou algo do tipo por serem maiores do que as outras.

Você chamou a atenção recentemente por ajudar uma colega que caiu na passarela. Acha que falta mais atitudes como a sua no mundo da moda ou o pensamento das modelos está mudando?
Eu acho que vai de cada pessoa. Naquele mesmo dia, no backstage, meninas que estavam no desfile me disseram que não imaginavam o que fazer se fossem com elas. Nem eu mesma saberia responder essa pergunta, antes do acontecido. Apenas agi no impulso e fiz o que achei ser certo.

Você já caiu na passarela? Como foi se levantar e recomeçar como se nada tivesse acontecido?
Nunca cai, mas já escorreguei, com certeza.

O que acha das comparações que fazem com a Gisele Bündchen?
Eu acho incrível, até porque ela é uma das modelos que mais me inspirou desde criança. Porém, ainda tenho muito o que trabalhar pra chegar ao nível dela. O que mais me inspira nela é como ela levou a carreira dela pra frente, a pessoa que ela é e como eu ouço as pessoas que já trabalharam com a Gisele falarem o quão ela é incrível.
Além de Gisele, quais são as suas inspirações?
Não tenho outras modelos que me inspiram como ela, mas tenho modelos que amo o estilo e personalidade como Bella Hadid e Elsa Host.

O que mais se orgulha de ter conquistado com o seu trabalho até hoje?
Tudo que consegui até hoje! Desde poder ajudar minha família quando eles precisam a poder realizar meu sonho de aprender línguas diferentes e de viajar o mundo. A vontade de seguir os meus sonhos sempre me motiva. Ainda sonho em comprar um apartamento nos Estados Unidos.


FONTE\QUEM

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