Alexandre Borges:
"O prazer de estar junto é o que vale"
Em entrevista a QUEM, ator responde perguntas
dos leitores e fala sobre casamento, filho e "Ti-ti-ti"
Por Laís Rissato
Em um dia de folga das gravações da novela "Ti-ti-ti", Alexandre Borges, 44 anos, intérprete do estilista Jacques Leclair, aproveita para descansar e fazer atividades rotineiras, como levar à escola o filho, Miguel, de 10 anos, de seu relacionamento com a atriz Júlia Lemmertz. “Tentamos fazer as coisas básicas, pelo menos uma refeição juntos, levar e buscar na escola e fazer a lição de casa”, disse ele à repórter Laís Rissato, em seu apartamento, em Ipanema, no Rio de Janeiro, ao responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM.
Questionado sobre seu relacionamento com Júlia, que já dura 17 anos, ele avisa que não há receita para a longa duração: “As coisas acontecem naturalmente, ano a ano. O amor vai ficando e os anos vão passando”.
1 - Numa época em que se fala tanto sobre homofobia, o que acha de interpretar um estilista que finge ser homossexual?
Cláudia Conde, São Bernardo do Campo (SP)
Jacques Leclair é um cara delicado e cercado de fantasias, gosta de moda, mulheres e glamour. As pessoas não me abordam na rua de maneira ofensiva. Percebo que estão se divertindo, achando o personagem engraçado. É preciso que as pessoas tenham respeito pelo próximo e por suas orientações sexuais. A violência física e moral é sempre negativa e traumática para quem sofre.
2 - Precisou emagrecer para interpretar Jacques Leclair?
Cristiano Tavares, Pacajus (CE)
Foi coincidência. Tinha acabado a novela Caminho das Índias (em 2009), que foi um trabalho bem desgastante na reta final, por causa da história do personagem, e emagreci uns 7 quilos. Sofro do efeito sanfona, apesar de ser mais fácil engordar do que emagrecer. Tenho 1,82 metro e peso 79 quilos. Gosto de comer bem, mas não exagero. Pratico caratê quando posso e gosto de caminhar.
3 - Como é contracenar pela sexta vez com Claudia Raia?
Marcos da Rocha, Santos Dumont (MG)
É como se fosse a primeira. Depende do que a trama e as personagens pedem, então, é um recomeço, uma nova abordagem. A Claudia é um talento extraordinário, tem uma pegada grande na comédia, e isso ajuda.
4 - Que balanço faz de sua carreira?
Maria Sebastiana, Santos Dumont (MG)
É um balanço excelente. Fiz uma variedade de tipos e cresci como ator. A TV me propiciou papéis maravilhosos, trabalhei com atores e diretores consagrados. Trabalhar na televisão é algo em larga escala, muitas pessoas veem. É uma responsabilidade grande e tento me empenhar bastante.
5 - Como é atuar com Júlia? Há uma facilidade maior pelo fato de ela ser sua mulher?
Fernanda Muncik, Taubaté (SP)
No trabalho, os personagens mandam em seu comportamento e sua emoção, então essa cumplicidade particular desaparece em cena, na hora você não pensa em sua vida privada. O que vale é estar de peito aberto, admirar a pessoa e entender que estão ali contando uma história.
6 - Você posaria nu?
Lyan Frank, Juiz de Fora (MG)
Não. Já fiz personagens com cenas de nu, mas não faz parte do meu universo, do meu objetivo.
7 - Deixaria a Júlia fazer um vestido com o Jacques Leclair ou com o Victor Valentim?
Jonatas Boni, São Francisco do Guaporé (RO)
Minha mulher tem que fazer com o Jacques Leclair (risos). Eu deixaria, e ele ia caprichar para tirar as medidas. Ia demorar muito (risos).
8 - Como se sentiu quando leu a crítica que o autor Aguinaldo Silva fez sobre seu talento? (Em julho, ele escreveu em seu blog: “E Alexandre Borges, bem, é um rapaz esforçado, mas não é nenhuma Brastemp”.)
Arthur Carvalho, Florianópolis (SC)
Levei na esportiva. A internet é um universo bastante irônico e só sobrevive quem tiver humor. Fui convidado para ir ao lançamento do site dele. Talvez ele tenha ficado um pouco preocupado com a repercussão da brincadeira, então, fui conhecê-lo pessoalmente e ficou tudo certo.
9 - Como manter um casamento durante tanto tempo?
João Bonilha, Rio Grande (RS)
As coisas acontecem naturalmente, ano a ano. O amor vai ficando e os anos vão passando. Tem uma vontade de querer estar junto e criar uma família. Temos um objetivo maior, de cumplicidade, amor e companheirismo. Temos que enxergar os momentos do dia a dia, as coisas concretas, como a paixão e o tesão pela sua mulher. Elas são maiores do que a indagação “será que é muito tempo?”. Brigas acontecem, mas o prazer de estar junto é o que vale.
10 - Consegue acompanhar a vida escolar do Miguel?
Rosa Andiglieri, Novo Hamburgo (RS)
Quando trabalhamos, a rotina fica um pouco imprevisível. Tentamos fazer as coisas básicas, pelo menos uma refeição juntos, levar e buscar na escola, fazer a lição de casa. Eu e Júlia revezamos. No fim de semana, levamos o Miguel ao clube, tentamos ir à praia dar um mergulho, buscar nas festas. Sempre dá tempo.
11- Faria qualquer coisa por um papel?
Mariana Lisboa, Aracaju (SE)
Sim. Quando você escolhe essa profissão, já tem vontade de se modificar, se transformar, buscar personagens que tragam sentimentos, emoções, sensações diferente das suas. Por exemplo, você tem a oportunidade de entender a cabeça de um psicopata, de um assassino, ou de alguém que sofreu uma grande tragédia. É um dom vocacional essa vontade de descobrir o novo.
12 - Claudia Raia afirmou que superou a separação de Edson Celulari graças a personagem, Jaqueline. Acha que você ajudou, de certa forma, nesse processo?
Jonatas Luiz Boni, São Francisco do Guaporé (RO)
Acho que faço parte dessa engrenagem. Nós contracenamos bastante, mas acho que no dia a dia das gravações, quem coloca a gente para cima é o Jorge Fernando. Ele tem uma força impressionante. Acho que talvez a preocupação é não deixar seu problema pessoal interferir no profissional de forma negativa. Às vezes você da vida a personagens que não tem nada a ver com o que você passa no particular. O primeiro desafio é vencer essa sua problemática pessoal e brilhar em cena, não deixar que isso atrapalhe.
13 - Você prefere fazer um pegador romântico ou um atrapalhado?
Jonatas Luiz Boni, São Francisco do Guaporé (RO)
Não tenho preferências, todos os gêneros são interessantes. Acho que isso é a diversidade que o ator gosta. Eu também gosto de fazer o romântico, aquele que sofre, é bonito, e ao mesmo tempo, um personagem como o Jacques Laclair, que faz besteira.
14- Depois que a novela acabar quais serão os próximos planos?
Jonatas Luiz Boni, São Francisco do Guaporé (RO)
Quando fazemos novela, você faz sua agenda e tem essa sensação de não ter mais horários. Eu gravo quatro vezes por semana. No final de semana pego os textos, separo as cenas, começo a decorar. O plano imediato é descansar ter umas férias merecidas.
15- Como tem lidado com o assédio que vem recendo dos fãs (sou uma) com o seu personagem?
Roberta Felix, João Pessoa (PB)
Estou muito feliz mesmo, é uma repercussão surpreendente para mim, porque desde o começo da novela as pessoas se apaixonaram pelo personagem. É um público variado, homens, mulheres, crianças. As pessoas estão falando que nunca se divertiram tanto, que é engraçado. No meu caso particular, muitas crianças tem vindo falar comigo, é impressionante, um fenômeno.
16 - O que você tem de incomum com o Jaques Leclair ?
Bruna Menezes, Nova Iguaçu (RJ)
Eu dou mais um tempo para a minha vida pessoal e muita importância para minha família. Tiro o pé do acelerador e curto minha vida. Já ele só pensa em e em acabar com o Victor Valentim (risos).
FONTE\QUEM
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