sábado, 25 de agosto de 2012

Entrevista com
Vladimir Brichta 
Ator falou sobre carreira e não poupou
 elogios à amada, Adriana Esteves 
Por Ester Jacopetti
No ar como Armane, do seriado global “Tapas &Beijos”, Vladimir Brichta arranca gargalhadas do público com o jeito irreverente e atrapalhado de seu personagem que, de acordo com ele, tem muita coisa sua.
 Mais até do que ele próprio consegue avaliar. 
“Difícil dizer o que doei ao Armane, pois foram muitas coisas”, contou ele ao Famosidades. 
 Paralelo a isso, o ator também está em cartaz com a peça “Arte”, no teatro Renaissance, em São Paulo, na qual é ator e produtor. 
Ele, inclusive, foi só elogios ao texto da francesa Yasmina Reza. 
“É uma abordagem corajosa, divertida e comovente sobre a amizade.” Com isso, o artista tem conquistado seu espaço a cada dia e mostrado que é um dos grandes nomes do cenário atual da dramaturgia. 
Sobretudo do humor. No entanto, ele não se preocupa em ficar estigmatizado. “Já foi o tempo dessa preocupação. 
Hoje me sinto seguro nas minhas escolhas e sei que ser reconhecido pelo humor que venho fazendo é fruto de um investimento diário”, garantiu. 
 Como não poderia deixar de ser, Brichta também aproveitou para opinar a respeito do trabalho de sua esposa, Adriana Esteves, no ar como Carminha, a aclamada vilã de “Avenida Brasil”.
 Será que ele tem aprovado as maldades da moça? 

Em cartaz com a peça “Arte” você interpreta um personagem diferente dos demais. Quais trejeitos você emprestou para este personagem? E como foi a composição? 

 Não me preocupei muito em compor esse personagem, criando trejeitos para ele. Porque, apesar de se tratar de uma comédia, ela tem um tom um pouco diferente do que venho fazendo na televisão. Procurei me reconhecer ao máximo no personagem, descobrindo o quanto eu sou, ou fui, patético, egoísta, medroso, generoso... A composição nesse caso pode ser chamada de resultado desse processo de empatia com o que está escrito. 

 Nesta peça você é produtor e idealizador do projeto. O que mais te chamou atenção no texto? E o que você considera importante pra produzir um trabalho como este?
 Desde a primeira vez que li o texto sabia que se tratava de uma grande peça, com uma dramaturgia acima da média, com um humor ácido e uma reflexão profunda das relações que retrata. Mas a grande surpresa que tive durante o processo foi a percepção de que era um tratado sobre a amizade. Tema menos explorado no teatro do que, por exemplo, o amor, ou as relações familiares. É uma abordagem corajosa, divertida e comovente sobre a amizade, que é o que mais me encanta. Ser produtor da peça, por sua vez, me dá a possibilidade de aumentar minha responsabilidade sobre ela, já que tenho mais decisões e escolhas a serem feitas. Isso torna o resultado mais autoral. 

 O Armane [da série “Tapas & Beijos”] é um personagem cômico e essa não é a primeira vez que você trabalha este lado. Você fica preocupado em ficar estigmatizado? 
 Já foi o tempo dessa preocupação. Hoje me sinto seguro nas minhas escolhas e sei que ser reconhecido pelo humor que venho fazendo é fruto de um investimento diário. Tenho orgulho de ser associado à comédia. Assim como tenho muito prazer em não ser refém de um gênero. 'Tapas &Beijos” tem leveza por conter cenas engraçadas. 
Vladimir com sua colega de elenco da série "Tapae & Beijos" Fernanda Torres

Como ficam os bastidores durante as gravações? Vocês se divertem muito?
 Temos um elenco extremamente talentoso e generoso enquanto colega. Isso significa que sim, nos divertimos trabalhando e nos desconcertando com a criação do outro. 

 Como as fãs reagem quando o vê na rua? Elas te chamam de Armane?
 Hoje, mais do que no início da carreira na TV, as pessoas chamam mais pelo meu nome mesmo. Mas sempre associando ao Armane e fazendo algum tipo de piada. O Armane tem um trejeito engraçado que, às vezes, dá impressão que é o Vladimir Brichta falando.

 O que desse personagem foi emprestado de você e de sua personalidade?
 Olha, difícil dizer o que doei ao Armane, pois foram muitas coisas. Mas acho importante observar que sou um cara bem humorado, ao contrário do Armane que, embora faça as pessoas rirem, está mais para um cara mal-humorado. 

Seu primeiro trabalho foi em 2001, em “Porto dos Milagres”. Quando foi que decidiu seguir a carreira de ator?
 Decidi ser ator muito antes da minha primeira novela. Ainda vivendo em Salvador, fiz teatro amador em um grupo oriundo de escola e já percebia ali que era algo que eu gostaria de fazer da vida. Quando mais tarde tive que escolher profissão, vestibular, já era o teatro que me encantava e, por isso, não houve dificuldade em fazer minha escolha. Você nasceu em Diamantina (MG), mas passou boa parte na Bahia e Alemanha. 

Como foi a experiência de viver em lugares tão distintos?
 Vivi muito pouco tempo em Diamantina, tanto que não me lembro. Da Alemanha, as lembranças também são vagas [ator viveu no país quando criança], mas sei que influenciou na minha formação. Já na Bahia eu vivi 20 anos e tenho minha formação pessoal, cultural e profissional fortemente atrelada àquele lugar.
Vladimir com sua esposa Adriana Esteves

 Toda profissão tem seu lado bom e ruim. O que você considera ruim na sua? 
 Confesso que tenho tido mais sorte que supunha. Isso quer dizer que não há tantos lados ruins até então. Mas é claro que estar longe dos filhos em alguns momentos importantes, ou ter menos privacidade do que já tive, faz parte do lado ruim da profissão. Em uma entrevista você comentou que sempre ajudou a cuidar dos filhos quando eram pequenos.

 Quais foram as principais dificuldades que você encontrou?
 Não me lembro de muitas dificuldades. Porém, a medida que a criança cresce e você tem que lhe explicar um mundo que muitas vezes você não entende, é difícil. Sempre a achei uma atriz muito especial, mesmo antes de trabalhar com ela. Sempre houve uma estrela forte brilhando nela. Quando trabalhei ao lado de Adriana, me encantei em ver de perto o talento e a capacidade de gerir o seu ofício. E já faz algum tempo que ela vem mostrando que basta lhe dar um grande personagem, que ela voa com ele. A Dalva de Oliveira, pela qual chegou a ser até indicada ao Emmy de melhor atriz, é prova disso. Eu tenho muita admiração e orgulho.

 A Adriana te encheu de elogios em uma entrevista recente. Como você se sente com essa declaração de amor?
 Não fazemos alarde sobre nosso amor, mas também não escondemos de ninguém. Não somos perfeitos, mas se nos amamos, acreditamos que isso pode ser um bom exemplo, a começar aos nossos filhos. 

FONTE\FAMOSIDADES

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