terça-feira, 21 de agosto de 2012

Reynaldo Gianecchini:
 ‘Tive pudor de beijar a Gloria Pires’ 
Reynaldo Gianecchini será o motorista Nando 

Por Fernando Oliveira
Plenamente recuperado do tratamento contra um câncer, Reynaldo Gianecchini já se sente completamente pronto para enfrentar uma maratona de trabalho.
 Depois de se apresentar com a peça “Cruel”, ele acaba de dar início às gravações de “Guerra dos Sexos”, próxima novela das sete, que estreia em 1 de outubro.
 Na nova versão da trama escrita por Silvio de Abreu, o ator viverá Nando, motorista de Bimbinho (Tony Ramos), que será disputado por Roberta (Gloria Pires) e Juliana (Mariana Ximenes). 
Na primeira exibição da história, em 1983, o papel coube a Mario Gomes. Assim como o antecessor, Gianecchini terá de fazer cenas sem camisa e se aventurar em sequências perigosas. 
Simpático e tranquilo, o ator conversou com a coluna


Como é o Nando?

Ele é um chofer dos malucos, super parceiro do Bimbinho (Tony Ramos) e um cara muito do bem. Ele conquista a todos ao redor, não apenas as mulheres, mas ele se acha feio, tadinho. Nisso, o fato de meu cabelo ter encaracolado ajudou. Fiquei parecendo um cafuçuzinho. 

Já que falou do cabelo, como tem sido a reação das pessoas ao novo visual? 

Nesse momento as pessoas não me reconhecem muito nas ruas, engraçado, né? Acho que estavam acostumadas ao cabelo liso. Mas sempre que isso acontece dizem que rezaram muito, torceram por mim. Acho isso lindo. Aliás, durante todo o tratamento, nunca chorei de tristeza ou revolta. Me emocionava pela quantidade de gente me desejando o bem. Isso me fez e me faz muito bem. 

Acha que o personagem veio em boa hora? 
 Eu fui convidado pra novela há anos, acho até que o Silvio de Abreu me imaginou pra outro personagem, mas fiquei feliz de ser o Nando. Comecei a ler os capítulos ainda no hospital, na época do transplante, nos dias de menor energia da minha vida. Ficava cansado só de ler. Nos primeiros capítulos meu personagem está envolvido em explosão de lancha, sobe em coqueiro, cai de moto… E eu estava no hospital, magrinho, sem a menor condição física quando li tudo isso. Fiquei com medo, mas agora tem sido ótimo. Volto para casa com a sensação de que fui brincar lá nas gravações. 

Saber que a novela estraria em outubro e ter um prazo para fazer o personagem te ajudou? 
Sim! E foi bom para recuperar meu físico, ganhar tônus muscular, recuperar a minha energia. E eu precisava ficar bem, porque o personagem deixa as mulheres malucas. A Roberta (Gloria Pires) quando vê o Nando sem camisa fica louca de tesão. Tive de cuidar do corpo. Agora, por causa do dedo quebrado, estou há um mês sem ir para a academia, mas tenho feito natação e pilates. 

 Como vai ser ter um envolvimento com a Gloria Pires na novela?
Sim. Tenho um respeito tão grande pela Glorinha que fiquei com pudor de beijá-la na boca, acredita? (risos). 

Qual a principal característica do Nando? 
Ele tem uma ingenuidade típica das pessoas do interior, sabe? Que não existe mais hoje em dia em cidade grande. Até coloquei um pouco de sotaque nele. Sendo de Birigui (interior de São Paulo), onde vi todos os capítulos da primeira “Guerra dos Sexos”, acho que entendo bem esse universo. Sei perfeitamente quem é esse cara. (risos) 

 Nando parece lembrar um pouco o Pascoal, de “Belíssima”, não? Meio caipira, sedutor. 
 Lembra um pouco, sim. Mas a diferença está no fato de que o Pascoal só queria pegar mulheres, se divertir. O Nando é romântico nesse ponto. Mas tem sido ótimo fazer comédia. O Silvio de Abreu tem me dado ótimos personagens, que me dão a oportunidade de brincar com tudo, comédia, drama. Eles me ajudaram muito a me descobrir como ator.

Os médicos já te liberaram para um trabalho tão intenso quanto uma novela?
Já me liberaram, sim, mas forçando um pouco a barra. Outro dia, enfermeiras ficaram brincando que fui liberado muito rápido, que o processo é mais demorado com outras pessoas. (risos). Mas estou me cuidando, claro, não sou louco. Agora as consultas acontecem sempre num encaixe do trabalho. E preciso me cuidar mesmo, porque ainda tenho baixa imunidade por causa do tratamento. Vira e mexe pego alguma doença de criança, uma virose. Outro dia mesmo tive rotavírus. 

 Ter passado por uma experiência tão forte mudou o modo de atuar? 
Com certeza. Foi um divisor de águas. Essa experiência me fez entender muito mais do ser humano, me fez ter um acesso gigante ao lado emocional. Quando voltei a fazer “Cruel”, no teatro, parecia que eu estava fazendo outro personagem. Fiquei impressionado com a mudança de compreensão. Foi uma experiência fortíssima, vejo tudo de outra maneira. 

FONTE\IG

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