Alexandre Nero fala de seu novo personagem e como é a expectativa de ser pai
Por Isadora Couto
Interpretando Romero em A Regra do Jogo, Alexandre Nero já está fazendo o maior sucesso.
O ator comentou sobre o personagem e como será a nova etapa de ser pai.
O novo papel de Alexandre Nero (45), o Romero, de 'A Regra do Jogo', é o maior desafio do ator, segundo conta.
Quando aceitou o convite com tão pouco espaço de tempo com seu antigo trabalho, logo vieram críticas e questionamentos quanto ao seu desempenho.
Mas, se você pensa que isso incomodou o ator, está redondamente enganado,pois o ativista bandido na tramadas 21h não lembra nem de longe o José Alfredo, de Império (trama que terminou em março deste ano), começando pelos dez quilos que perdeu de um folhetim para outro...
Já na parte cênica, ele está se divertindo com um personagem denso, é verdade, mas que passa longe da carga dramática e da caracterização pesada do ‘Comendador’.
Outro desafio da estrela em 2015 este na vida pessoal está por vir.
É que no final do ano nasce Noá, primeiro filho de Nero com Karen Brusttolin (27).
Ele, claro,já brinca com o assunto, afirmando que ainda não sabe como vai ser sua vida após o nascimento do menino.
Você praticamente emendou dois trabalhos de peso no horário nobre. Como lidou com isso?
Falaram muito a respeito. Existe um folclore em cima do ator da Rede Globo, que depois de um sucesso você precisa dar um tempo na imagem, sabe? Mas eu sou um trabalhador! Não vejo dessa forma.Trabalho e ponto. Estaria na ativa de qualquer forma, aqui ou fora. Tive uma conversa boa com a Amora (Mautner, 40,diretora) e com o João Emanuel Carneiro (45) e isso me proporcionou quebrar esse paradigma. Acho que é mais uma provocação,também gosto do proibido. Ninguém faz isso, não pode? Então, eu vou fazer.
Depois do Comendador tem que ficar longe? Então, não vou ficar (risos).
Após um personagem enigmático como o José Alfredo, como foi se transformar em Romero Rômulo?
Foi um trabalho meu, já que era para descansar a imagem... Não era a minha que estava cansada e, sim, a do Comendador.O meu bigode virou o bigode dele.O meu cabelo, também. Criou-se uma imagem muito forte, mas, ao mesmo tempo, fácil de quebrar. Ela foi bem construída,toda aquela caracterização, um papel quase épico, teatral, distante da minha realidade...Era um nordestino, aí eu engordei...Foi difícil fazer o pai do Caio Blat (35) e da Leandra Leal (33) e as pessoas acreditavam! Eu duvidei no início e acho isso lindo, pois é o trabalho de todos nós.
Mas de fato, como se desvinculou de vez do comendador?
Sabendo que ia emendar uma novela na outra e que as pessoas poderiam falar algo do tipo, ‘ah, o Nero de novo!’,busquei um novo visual. É uma nova pessoa. Perdi 10 quilos porque quis e achei importante. Tirei a barba, o cabelo,os trejeitos... Poderia fazer o Romero com a mesma cara do Comendador, mas o mundo de hoje é muito rápido, então,tentei ajudar o público nisso. A primeira leitura é: esse cara não é o José Alfredo.
O Romero não é bonzinho como parecia no início.
Como foi a construção do personagem e todas essas nuances?
O papel é um, e o que está em cena é diferente. Quem cria a interpretação é o ator e a direção. Em conjunto, optamos por não dar essa dualidade ao Romero.O público vai saber que ele está mentindo algumas vezes, já em outras, não, até porque ele poderá estar dizendo a verdade.Como mente muito, acredito que vão pensar que tudo o que ele fala é mentira,mas não é. Em alguns momentos, o telespectador ficará na dúvida. É uma trama muito legal. A ideia é não entregar a história de cara, deixar vários questionamentos.Verdade e mentira estão misturadas.
Seu personagem é muito dissimulado.Na vida real, você sabe lidar bem com pessoas assim?
Eu não sei ser mentiroso, mas isso não significa que eu não minta. Todo mundo mente! Se dissesse o contrário,seria papo furado. A mentira e a falsidade,porém, me fazem mal e evito ser sociável com pessoas assim. Não sou político com gente desse tipo.
Inicialmente, o papel foi desenhado para outro ator, né?
Não é segredo para ninguém que o Murilo Benício (44) faria, mas não sei o porquê não fez, só ele pode responder.E eu não me sinto substituto de ninguém,porque o Murilo não tinha gravado nada, esse personagem não existia. Édiferente de quando você pega algo no meio do caminho. É a mesma coisa como Comendador. Ele só existe graças amim. Qualquer ator que fizesse poderia até ser melhor, mas não seria aquele que o público viu. E esse Romero existe por minha causa, se fosse outro a interpretá-lo,seria algo diferente. Até melhor!
Mudando de assunto, qual a sua relação com as redes sociais?
Eu acompanho, mas não fico fiscalizando. Elas estão longe de ser o principal meio de informação, principalmente por serem formadas por muitos adolescentes. Essas redes não exprimem a opinião da maior parte dos brasileiros, mas acho que dá sim para ter uma noção do que está acontecendo ao redor por meio delas.
Sua mulher está na reta final da gravidez e, com tanto trabalho na novela, como está conciliando tudo?
Sente-se ausente durante esse processo da maternidade?
Eu já tinha aceitado o papel quando soube que seria pai. A questão do filho, bom... Conversei com a Karen, a minha esposa, e falei que estaria no meio do furacão. E ela disse: “Não! Vamos embora! Seguro aqui a onda”. E ela está mesmo empenhada e cuidando de tudo.
E a sensação de ser papai pela primeira vez, como está?
Estou curtindo o momento, mas não tenho a menor ideia do que seja isso. Minha mulher já sabe, então,por enquanto, ela é a protagonista, está grávida e já se sente mãe. Já eu, me sinto um coadjuvante, um figurante.Não tenho a menor ideia do que seja ser pai, não me sinto assim e só vou saber quando o bebê cair na minha mão. Aí sim, virá a sensação de verdade. Por enquanto, vejo a barriga crescendo e penso: "o que vai sair dali"?
Como vocês dois escolheram o nome do herdeiro que vai chegar?
Se fosse menina seria Nina, e nós gostávamos de Noá para menino.Aí começaram as viagens (risos). Nero é negro em italiano. E como Noá foi concebido em Paris, queríamos algo nessa linha. Pensamos em Noir, que é preto em francês e se pronuncia Noar, mas aqui no Brasil ficaria Noir mesmo!. E não queríamos Noah, com ‘h’ no final. Acabou Noá, que tem uma pegada indígena e sonoridade que eu gosto muito.
Como você avalia sua caminhada artística até aqui?
Sinto-me muito orgulhoso. Cheguei à Globo com um papel que era uma participação que cresceu, e depois outras oportunidades foram surgindo...As pessoas gostaram. Agora estou voltando para mais um protagonista, mas só estou aqui por causa do Comendador, é preciso dizer isso! Talvez sem ele, o João Emanuel nunca tivesse me visto como um protagonista.Talvez, ninguém! O grande mérito é do Aguinaldo Silva (72). Ele apostou em um cara que ninguém apostou,bancou isso. Ofereceram vários atores para o papel, até mais conhecidos, mas ele não quis. E agora, eu estou aqui!
FONTE/CONTAMAIS





















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