Fernanda Paes Leme na terapia:
“Fico feliz por ser essa mulher que estou me tornando”
Por Diego Bargas
Fernanda Paes Leme é o terror dos acumuladores. No comando do Desengaveta, programa do GNT no qual ajuda famosas a se desapegarem de roupas que não precisam mais, a apresentadora vem reavaliando sua relação com o consumo. Isso começou há seis anos, quando organizou pela primeira vez um bazar que vende roupas doadas por amigas celebridades e reverte o dinheiro arrecadado para instituições.
Aos 35 anos, Fernanda se diz mais madura, tem se levado menos a sério e está mais desapegada do que nunca. Com 20 anos de carreira, 14 deles dedicados à atuação -- ela estreou na TV como a patricinha malvada Patty, no seriado Sandy & Junior (papel pelo qual é lembrada até hoje) e esteve em novelas como América (2015) e Salve Jorge(2012). Em 2016, enveredou para a apresentação comandand
o o X-Factor, reality da Band, e agora é estrela do GNT, onde também apresenta o Missão Design. Parafraseando a colega Fernanda Souza, que também se descobriu apresentadora depois de anos atuando, ela considera a si mesma sua melhor personagem.
O encontro com QUEM para fotos e entrevista aconteceu em um quarto do hotel Gran Corona, que mantém a decoração original dos anos 80, no centro de São Paulo. Fernanda posou em clima íntimo, revelando seu lado simples e desencanado. “É tudo muito real na minha vida. Não tive um deslumbramento, as coisas não me enchem os olhos. Sou normal até demais”, diz. A conversa foi quase uma sessão de terapia: ela abriu o coração sobre os aprendizados que chegam com a idade e se revela bem resolvida com relacionamentos, mas avisa que 'felizes para sempre' não existe.
São três anos no Desengaveta e seis do seu bazar. Você é até chamada de “musa do desapego”. Sua relação com o consumo mudou?
Sou “musa do desapego em tudo”, não sou só desapegada com bens materiais. O que mais sou apegada é com as minhas relações com as pessoas. De resto, o desapego é real. Até quando termino um relacionamento. Dou uma sofridinha, mas logo vem o desapego. É muito bom apresentar programas que não levam só entretenimento. Eles plantam uma sementinha na cabeça das pessoas, de consumirem de maneira diferente e o discurso tem que ir de encontro com a prática. Não adianta eu estar à frente desses programas e não agir da mesma forma. Mas não foi o Desengaveta que me fez mudar. Há uns cinco ou seis anos, mudei de casa e, quando cheguei no apartamento novo, vi umas caixas e achei que era tudo o que eu tinha. Eram apenas minhas roupas! Tinha tipo 80 calças, eu não sou uma centopeia! Quando me deparei com esses excessos, vi que não fazia sentido. Daí comecei o bazar para dar sentido a esse acúmulo. Eu ganhava muita coisa, nunca fui de comprar. Ir ao shopping não era um programa pra mim. Eu não fui criada consumindo, minha mãe não tinha a vaidade de ter as coisas porque minha avó costurava. Então, quando veio o convite do Desengaveta, essa era para mim a versão televisiva do meu bazar. Comecei esse projeto no prédio da minha mãe, para 50 pessoas, e foi crescendo. Neste último vieram mais de 1600 pessoas e sempre foi 100% beneficente. Ajudo umas 12 instituições bem variadas, voltadas para idosos, crianças, indígenas, animais, LGBTs... Me dá um conforto, me sinto muito bem fazendo, arrecado as roupas o ano inteiro. Tudo é feito com ajuda da família e dos amigos, então temos muito amor e afeto envolvido.
Sou “musa do desapego em tudo”, não sou só desapegada com bens materiais. O que mais sou apegada é com as minhas relações com as pessoas. De resto, o desapego é real. Até quando termino um relacionamento. Dou uma sofridinha, mas logo vem o desapego. É muito bom apresentar programas que não levam só entretenimento. Eles plantam uma sementinha na cabeça das pessoas, de consumirem de maneira diferente e o discurso tem que ir de encontro com a prática. Não adianta eu estar à frente desses programas e não agir da mesma forma. Mas não foi o Desengaveta que me fez mudar. Há uns cinco ou seis anos, mudei de casa e, quando cheguei no apartamento novo, vi umas caixas e achei que era tudo o que eu tinha. Eram apenas minhas roupas! Tinha tipo 80 calças, eu não sou uma centopeia! Quando me deparei com esses excessos, vi que não fazia sentido. Daí comecei o bazar para dar sentido a esse acúmulo. Eu ganhava muita coisa, nunca fui de comprar. Ir ao shopping não era um programa pra mim. Eu não fui criada consumindo, minha mãe não tinha a vaidade de ter as coisas porque minha avó costurava. Então, quando veio o convite do Desengaveta, essa era para mim a versão televisiva do meu bazar. Comecei esse projeto no prédio da minha mãe, para 50 pessoas, e foi crescendo. Neste último vieram mais de 1600 pessoas e sempre foi 100% beneficente. Ajudo umas 12 instituições bem variadas, voltadas para idosos, crianças, indígenas, animais, LGBTs... Me dá um conforto, me sinto muito bem fazendo, arrecado as roupas o ano inteiro. Tudo é feito com ajuda da família e dos amigos, então temos muito amor e afeto envolvido.
Isso tem feito você pensar nos impactos do consumo no meio ambiente?
Se você me perguntar qual é o meu sonho hoje em dia, é ter uma casa 100% sustentável. Eu vejo que as pessoas estão mudando. Que comece com o canudinho (o canudo descartável feito de plástico foi proibido em algumas cidades do Brasil por questões ambientais), mas que não seja só isso. Eu acredito que o micro transforma o macro. Não dá para esperar do governo, das empresas. Os recursos do planeta vão acabar, é um fato. Se a gente não muda, não tem como viver.
Como tem sido na prática ter um guarda-roupa reduzido?
Eu acho saudável repetir roupa, é real. Li que essa coisa do “look do dia” fez meninas de 12 ou 13 anos quererem ter sempre roupas novas. A gente tem uma responsabilidade na formação dessas meninas, não é legal incentivar alguém a querer comprar cada vez mais. E um consumismo desenfreado que a gente tem que desacelerar. Eu tenho a sorte de usar uma roupa em um evento e devolver, não preciso ter aquilo. Pra comprar hoje uma coisa, tenho que querer muito. Aposto em roupas atemporais, que duram, que são um investimento. E eu amo brechó, coisa de segunda mão. Muita gente não pensa assim... A gente tem que respeitar o outro. Tento passar a mensagem pra frente, mas também me coloco no lugar do outro. As pessoas são diferentes, ainda bem, porque quando a gente discute, coloca um holofote nos problemas. Se esses problemas ficam embaixo do tapete todo mundo fica numa zona de conforto e vive como se estivesse tudo bem.
Você começou sua carreira interpretando uma patricinha consumista no seriado Sandy & Junior, que completa 20 anos...
Eu tinha 15 anos e não sabia andar de salto, nunca tinha usado maquiagem na vida, não usava acessórios. Viram a Patty em uma cara de nojentinha que eu fiz nos testes, e foi um processo a vaidade acontecer para mim. Foram quatro anos de seriado.
Como é isso de passar mais da metade da sua vida na mídia?
Hoje é muito orgânico, porque completo esse ano 20 anos de carreira. Estou nesse meio há muito tempo, nem sei o que é estar em um lugar e não ser reconhecida.
Foi difícil?
Minha carreira foi um degrau de cada vez, sobe um, desce dois, abre uma janela, fecha uma porta, então é tudo muito real na minha vida. Não tive deslumbramento, as coisas não me enchem os olhos. Sou muito normal, até demais. O trabalho é o grande protagonista da minha vida. Eu batalhei muito para ser a profissional que sou hoje, minha vida girou em torno disso. Tenho vontade de fazer cursos de marcenaria, de cerâmica. Agora estou olhando mais para mim, colocando outras prioridades.
Isso te faz desacelerar o trabalho? Ter mudado para a apresentação faz parte dessa mudança?
A Fernanda Souza diz que descobriu que o melhor personagem da vida dela é ela mesma. Coisas parecidas aconteceram com as nossas carreiras e eu super falaria essa frase, mas eu amo atuar, acho que ainda vou voltar a fazer novela, tenho essa vontade, mas amo apresentar, me comunicar, sou uma boa personagem. Com sete anos eu apontava para a TV e dizia “quero estar alí!”. Ia nas festinhas de criança e minha mãe ficava sem graça porque eu chamava mais atenção que a aniversariante. Geminiana é comunicativa, gosta de um holofote, mas eu sinto essa maturidade dos meus 35 anos batendo na porta, nesse sentido de ter um momento certo. vezes. Hoje penso muito antes de falar, de tuitar, de postar. Nem todo mundo está preparado para ouvir a verdade. Se é uma escolha minha, pode não ser a escolha do outro, então tenho que respeitar. Quem hoje recebe meu sincericídio é quem pede. Sou uma superconselheira amorosa dos meus amigos, e eles já vem até mim sabendo que não vão ouvir o que querem ouvir.
Você é sempre muito transparente nas entrevistas, abre o coração numa boa. Você gosta de ser assim ou se arrepende do que fala?
Não tenho problema de quebrar essa quarta parede. Antigamente, valorizavam os artistas que fossem reservados. Hoje em dia as pessoas são escaladas para trabalhos por conta do número de seguidores. Atores consagrados têm canal no youtube e mostram o dia a dia nos stories. Eu sempre gostei de ser acessível, para eu não ser assim eu teria que fingir uma persona, e isso dá muito trabalho. Tenho amigas que são doidonas, dançam até o chão e chegam em um programa de TV parecendo princesas, lindas, vendendo comercial de margarina. É uma proteção, mas não consigo. Me dá menos trabalho ser eu mesma. Prefiro, fico mais tranquila comigo. Não me arrependo do que falo, não cristalizo. Botei esse verbo na minha vida, “cristalizar”, que é você pegar algo, transformar em um cristal que não pode se quebrar. A vida é muito mais fácil se você não cristaliza nada. É tudo muito efêmero, não dá para se valorizar tanto, valorizar tudo o que fala, se levar tão a sério.
Você também é bem resolvida com relacionamentos?
Eu tive a sorte de nenhum relacionamento meu ter terminado com brigas homéricas, chifres… E tudo acaba. Meus ex-namorados não são parte do meu dia a dia, mas, por exemplo, o Thiago (Martins, ator)... Nós vivemos no mesmo meio. Quando terminamos, ele tinha 19 anos, eu tinha 24... Estou com 35, então prescreveu. Claro que em um primeiro momento tem um hiato, para organizar a casa, tirar uns móveis, trocar a roupa de cama, tomar um bom banho, e quando você se sente confortável vem o que fica, porque o amor transforma. Tenho um amor por todos os meus ex-namorados. Por um deles talvez eu não tenha, um que nem lembro que namorei, mas por todos os outros tenho o amor do afeto, de querer que aquela pessoa seja feliz, cresça. E eu vejo beleza nisso. Jamais serei aquela que diz “ex bom é ex morto”. A gente faz sentido na vida dos outros, aprende com elas, como você joga isso fora? E eu não quero sentir posse por ninguém. Não posso etiquetar as pessoas com “esse já namorei”, “esse eu vi primeiro”. Fico feliz por agir assim, ser essa mulher que estou me tornando, marcar a vida das pessoas, vê-las evoluir. Se eu disse “eu te amo” para alguém um dia, não posso jogar tudo na privada e dar descarga depois. quando eu era mais nova eu não tinha um coração, tinha uma planilha. Eu era bem prática e fui assim durante muito tempo. Tratando na análise, sei que é tudo defesa de pequenos traumas. Quando estou amando, quando me apaixono, sei que sou uma pessoa melhor. Tanto é que tenho buscado esse estado de amor. E de ser uma pessoa melhor, sem estar com alguém, só comigo mesma. Mas tenho vontade. Sonho é diferente de vontade. Eu tenho muita vontade de ter filho e terei. Mas não é meu maior sonho. Acredito na parceria, na troca. Enquanto a gente quiser chegar no mesmo lugar, e um ajudar o outro, e existir amor, afeto, tesão, vou te fazer o homem mais feliz do mundo, porque tenho esse dom. Amo fazer as pessoas felizes, amo fazer surpresa, mimar. A minha felicidade está muito no outro. E uma relação pode se desvirtuar no meio do caminho, mas tem que ser algo forte, não é na primeira crise abandonar o barco. Aí você é um pouco frouxo e a gente não quer estar com você (risos). Acredito nas relações de parceria, sendo elas de amizade ou de amor. Hoje sou solteira, mas justamente por ter muita certeza daquilo que eu quero pra mim. Então tem que ser muito bom para entrar na minha vida, para eu abrir a portinha do meu coração, que é muito fechada e muito reservada, por mais que não pareça. Me conquistar mesmo é muito difícil.
Pretende se casar e ter filhos?
Sou romântica, mas isso é um pouco confuso dentro de mim. Amo botar culpa no signo. Sou gêmeos com virgem e a lua em peixes. Em algum lugar eu tenho um coração. “Tenho um lado doce que quase ninguém vê”, já diz a música da Preta (Gil). Gosto de afeto, mas não abraço e sento no colo de todo mundo. Casar de véu e grinalda eu já sonhei quando era mais nova, mas agora só sonho dormindo mesmo, não é o sonho da minha vida. Mas tenho vontade. Sonho é diferente de vontade. Eu tenho muita vontade de ter filho e terei. Mas não é meu maior sonho. Acredito na parceria, na troca. Enquanto a gente quiser chegar no mesmo lugar, e um ajudar o outro, e existir amor, afeto, tesão, vou te fazer o homem mais feliz do mundo, porque tenho esse dom. Amo fazer as pessoas felizes, amo fazer surpresa, mimar. A minha felicidade está muito no outro. E uma relação pode se desvirtuar no meio do caminho, mas tem que ser algo forte, não é na primeira crise abandonar o barco. Aí você é um pouco frouxo e a gente não quer estar com você (risos). Acredito nas relações de parceria, sendo elas de amizade ou de amor. Hoje sou solteira, mas justamente por ter muita certeza daquilo que eu quero pra mim. Então tem que ser muito bom para entrar na minha vida, para eu abrir a portinha do meu coração, que é muito fechada e muito reservada, por mais que não pareça. Me conquistar mesmo é muito difícil.
FONTE/QUEM
Eu acho saudável repetir roupa, é real. Li que essa coisa do “look do dia” fez meninas de 12 ou 13 anos quererem ter sempre roupas novas. A gente tem uma responsabilidade na formação dessas meninas, não é legal incentivar alguém a querer comprar cada vez mais. E um consumismo desenfreado que a gente tem que desacelerar. Eu tenho a sorte de usar uma roupa em um evento e devolver, não preciso ter aquilo. Pra comprar hoje uma coisa, tenho que querer muito. Aposto em roupas atemporais, que duram, que são um investimento. E eu amo brechó, coisa de segunda mão. Muita gente não pensa assim... A gente tem que respeitar o outro. Tento passar a mensagem pra frente, mas também me coloco no lugar do outro. As pessoas são diferentes, ainda bem, porque quando a gente discute, coloca um holofote nos problemas. Se esses problemas ficam embaixo do tapete todo mundo fica numa zona de conforto e vive como se estivesse tudo bem.
Você começou sua carreira interpretando uma patricinha consumista no seriado Sandy & Junior, que completa 20 anos...
Eu tinha 15 anos e não sabia andar de salto, nunca tinha usado maquiagem na vida, não usava acessórios. Viram a Patty em uma cara de nojentinha que eu fiz nos testes, e foi um processo a vaidade acontecer para mim. Foram quatro anos de seriado.
Como é isso de passar mais da metade da sua vida na mídia?
Hoje é muito orgânico, porque completo esse ano 20 anos de carreira. Estou nesse meio há muito tempo, nem sei o que é estar em um lugar e não ser reconhecida.
Foi difícil?
Minha carreira foi um degrau de cada vez, sobe um, desce dois, abre uma janela, fecha uma porta, então é tudo muito real na minha vida. Não tive deslumbramento, as coisas não me enchem os olhos. Sou muito normal, até demais. O trabalho é o grande protagonista da minha vida. Eu batalhei muito para ser a profissional que sou hoje, minha vida girou em torno disso. Tenho vontade de fazer cursos de marcenaria, de cerâmica. Agora estou olhando mais para mim, colocando outras prioridades.
Isso te faz desacelerar o trabalho? Ter mudado para a apresentação faz parte dessa mudança?
A Fernanda Souza diz que descobriu que o melhor personagem da vida dela é ela mesma. Coisas parecidas aconteceram com as nossas carreiras e eu super falaria essa frase, mas eu amo atuar, acho que ainda vou voltar a fazer novela, tenho essa vontade, mas amo apresentar, me comunicar, sou uma boa personagem. Com sete anos eu apontava para a TV e dizia “quero estar alí!”. Ia nas festinhas de criança e minha mãe ficava sem graça porque eu chamava mais atenção que a aniversariante. Geminiana é comunicativa, gosta de um holofote, mas eu sinto essa maturidade dos meus 35 anos batendo na porta, nesse sentido de ter um momento certo. vezes. Hoje penso muito antes de falar, de tuitar, de postar. Nem todo mundo está preparado para ouvir a verdade. Se é uma escolha minha, pode não ser a escolha do outro, então tenho que respeitar. Quem hoje recebe meu sincericídio é quem pede. Sou uma superconselheira amorosa dos meus amigos, e eles já vem até mim sabendo que não vão ouvir o que querem ouvir.
Você é sempre muito transparente nas entrevistas, abre o coração numa boa. Você gosta de ser assim ou se arrepende do que fala?
Não tenho problema de quebrar essa quarta parede. Antigamente, valorizavam os artistas que fossem reservados. Hoje em dia as pessoas são escaladas para trabalhos por conta do número de seguidores. Atores consagrados têm canal no youtube e mostram o dia a dia nos stories. Eu sempre gostei de ser acessível, para eu não ser assim eu teria que fingir uma persona, e isso dá muito trabalho. Tenho amigas que são doidonas, dançam até o chão e chegam em um programa de TV parecendo princesas, lindas, vendendo comercial de margarina. É uma proteção, mas não consigo. Me dá menos trabalho ser eu mesma. Prefiro, fico mais tranquila comigo. Não me arrependo do que falo, não cristalizo. Botei esse verbo na minha vida, “cristalizar”, que é você pegar algo, transformar em um cristal que não pode se quebrar. A vida é muito mais fácil se você não cristaliza nada. É tudo muito efêmero, não dá para se valorizar tanto, valorizar tudo o que fala, se levar tão a sério.
Você também é bem resolvida com relacionamentos?
Eu tive a sorte de nenhum relacionamento meu ter terminado com brigas homéricas, chifres… E tudo acaba. Meus ex-namorados não são parte do meu dia a dia, mas, por exemplo, o Thiago (Martins, ator)... Nós vivemos no mesmo meio. Quando terminamos, ele tinha 19 anos, eu tinha 24... Estou com 35, então prescreveu. Claro que em um primeiro momento tem um hiato, para organizar a casa, tirar uns móveis, trocar a roupa de cama, tomar um bom banho, e quando você se sente confortável vem o que fica, porque o amor transforma. Tenho um amor por todos os meus ex-namorados. Por um deles talvez eu não tenha, um que nem lembro que namorei, mas por todos os outros tenho o amor do afeto, de querer que aquela pessoa seja feliz, cresça. E eu vejo beleza nisso. Jamais serei aquela que diz “ex bom é ex morto”. A gente faz sentido na vida dos outros, aprende com elas, como você joga isso fora? E eu não quero sentir posse por ninguém. Não posso etiquetar as pessoas com “esse já namorei”, “esse eu vi primeiro”. Fico feliz por agir assim, ser essa mulher que estou me tornando, marcar a vida das pessoas, vê-las evoluir. Se eu disse “eu te amo” para alguém um dia, não posso jogar tudo na privada e dar descarga depois. quando eu era mais nova eu não tinha um coração, tinha uma planilha. Eu era bem prática e fui assim durante muito tempo. Tratando na análise, sei que é tudo defesa de pequenos traumas. Quando estou amando, quando me apaixono, sei que sou uma pessoa melhor. Tanto é que tenho buscado esse estado de amor. E de ser uma pessoa melhor, sem estar com alguém, só comigo mesma. Mas tenho vontade. Sonho é diferente de vontade. Eu tenho muita vontade de ter filho e terei. Mas não é meu maior sonho. Acredito na parceria, na troca. Enquanto a gente quiser chegar no mesmo lugar, e um ajudar o outro, e existir amor, afeto, tesão, vou te fazer o homem mais feliz do mundo, porque tenho esse dom. Amo fazer as pessoas felizes, amo fazer surpresa, mimar. A minha felicidade está muito no outro. E uma relação pode se desvirtuar no meio do caminho, mas tem que ser algo forte, não é na primeira crise abandonar o barco. Aí você é um pouco frouxo e a gente não quer estar com você (risos). Acredito nas relações de parceria, sendo elas de amizade ou de amor. Hoje sou solteira, mas justamente por ter muita certeza daquilo que eu quero pra mim. Então tem que ser muito bom para entrar na minha vida, para eu abrir a portinha do meu coração, que é muito fechada e muito reservada, por mais que não pareça. Me conquistar mesmo é muito difícil.
Pretende se casar e ter filhos?
Sou romântica, mas isso é um pouco confuso dentro de mim. Amo botar culpa no signo. Sou gêmeos com virgem e a lua em peixes. Em algum lugar eu tenho um coração. “Tenho um lado doce que quase ninguém vê”, já diz a música da Preta (Gil). Gosto de afeto, mas não abraço e sento no colo de todo mundo. Casar de véu e grinalda eu já sonhei quando era mais nova, mas agora só sonho dormindo mesmo, não é o sonho da minha vida. Mas tenho vontade. Sonho é diferente de vontade. Eu tenho muita vontade de ter filho e terei. Mas não é meu maior sonho. Acredito na parceria, na troca. Enquanto a gente quiser chegar no mesmo lugar, e um ajudar o outro, e existir amor, afeto, tesão, vou te fazer o homem mais feliz do mundo, porque tenho esse dom. Amo fazer as pessoas felizes, amo fazer surpresa, mimar. A minha felicidade está muito no outro. E uma relação pode se desvirtuar no meio do caminho, mas tem que ser algo forte, não é na primeira crise abandonar o barco. Aí você é um pouco frouxo e a gente não quer estar com você (risos). Acredito nas relações de parceria, sendo elas de amizade ou de amor. Hoje sou solteira, mas justamente por ter muita certeza daquilo que eu quero pra mim. Então tem que ser muito bom para entrar na minha vida, para eu abrir a portinha do meu coração, que é muito fechada e muito reservada, por mais que não pareça. Me conquistar mesmo é muito difícil.
FONTE/QUEM