segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Marcelo Médici
Por Bruna Innamorato
Se tem uma coisa que Marcelo Médici tem de sobra é humor. Ou melhor, são duas coisas que o ator tem para dar e vender: humor e talento. Prova disso são os diversos trabalhos já realizados ao longo de sua carreira e, atualmente, seu querido Mimi, o carteiro atrapalhado de "Passione". O papel no horário nobre enche de carinho tanto o coração do público quanto o de Médici, que fala com orgulho do italiano criado por Silvio de Abreu.

Além de atuar, Médici também escreve seus papéis - no teatro. De forma sutil, o ator encontra na arte uma forma de criticar situações cotidianas, mas ao mesmo tempo, divertir as pessoas. Em meio a tantos talentos da sua geração, ele vem conquistando o seu espaço nos palcos e chamando a atenção de crítica e profissionais do meio.

Com “Cada Um Com Seus Pobrema” Médici caiu na graça do público. Com 19 peças no currículo e oito atuações na televisão, o sucesso poderia ter subido à cabeça, mas não foi o que aconteceu. Aliás, ainda sobre o espetáculo, ele contou nesta entrevista exclusiva ao Famosidades que foi um de suas maiores conquistas na vida.

"Ter 1.500 pessoas na plateia para assistir o 'Cada Um Com Seus Pobrema'. Isso é o maior presente que um ator pode receber na vida. Não é que era um texto conhecido da Broadway, eu que escrevi. Isso é quase aquela historia 'já posso morrer feliz'", brincou.

FAMOSIDADES - Você está no ar atualmente em "Passione" como o engraçado e apaixonado Mimi. Para começar: você acha que tem alguma semelhança com o personagem?
MARCELO MÉDICI - A única semelhança seria o carinho que ele tem pelo avô, o Nonno Benedetto [Emiliano Queiroz]. Por mais que vivam as turras, eles têm uma relação muito bonita, muito próxima. O Mimi não abandonaria aquele avô que foi pai e mãe pra ele. Mas fora isso… Nada! Não minto e jamais ficaria no pé de alguém que deixasse claro não gostar de mim.

Já que entrou neste assunto, você gostaria que o Mimi terminasse com a Agostina (Leandra Leal)?
Eu só gostaria se ela ficasse absolutamente apaixonada por ele. Eu tenho um carinho pelo Mimi e eu gostaria que ele tivesse uma paixão recíproca.

Além de "Passione", os telespectadores também podem te conferir em "Sete Pecados", que está reprisando no "Vale a Pena Ver de Novo". Nesta trama, você se caracterizou de diversas coisas. Gostaria que lembrasse esse trabalho e que falasse se você já precisou passar por alguma transformação radical para interpretar um personagem?
Sim, tanto na TV como teatro acabo utilizando bastante caracterização. Em “Sete Pecados”, o Antero se disfarçava de mulher, negro, chinês, como você falou… No “Cada Um Com Seus Pobrema” são nove personagens. E toda caracterização deve ser complementada com a composição do personagem pelo ator. Cada ator tem um processo de criação. Acho que devemos vasculhar lá dentro, puxar nosso senso de observação e utilizar tudo que tiver arquivado: filmes que vimos, histórias que vivemos ou ouvimos, pessoas que conhecemos, peças, filmes, livros etc.

E como surgiu a ideia de fazer o “Cada Um Com Seus Pobrema”?
Eu tinha participado do show de humor “Terça Insana”, e um ano e meio depois de sair fiz o “Cada Um Com Seus Pobrema”. Quando saí do “Terça”, quis fazer outros trabalhos que não fossem ligados com comédia. Fiz o espetáculo “O Horário de Visita” e a novela “Canavial de Paixões”. Aí todos diziam que eu tinha que voltar com os personagens que eu criei na “Terça Insana”. Foi quando acabei montando o “Cada Um Com Seus Pobrema”, de maneira muito despretensiosa. Nunca imaginei que fosse fazer tanto sucesso. Esse solo é uma daquelas surpresas boas da vida!

Voltando um pouco no tempo, qual foi o seu primeiro trabalho na TV?
Um programa infantil na extinta TV Manchete chamado “Turma do Arrepio”. Ficou pouquíssimo tempo no ar, mas era bacana. Eu fazia o porteiro morto-vivo do prédio onde moravam um vampirinho, um lobisomem, uma bruxinha e um Frankenstein [risos].

E quando você decidiu que queria ser ator?
Desde pequeno isso ficou claro, embora eu não tivesse consciência do que era essa profissão. Eu sempre fui aquele moleque que imitava personagens da TV, professores, colegas da escola, interpretava o tempo todo. Aos 16 anos procurei os cursos profissionalizantes como CPT - SESC (Centro de Pesquisas Teatrais) e o Teatro Escola Célia Helena.

Como sua família reagiu à sua escolha?
Minha mãe e minha avó sempre foram muito solidárias, me apoiaram e seguraram todas as ondas, porque raramente é uma profissão com resultados imediatos. Meu pai ficou mais preocupado, e eu entendo. Ao contrário do que pregam as revistas especializadas, não é uma profissão de glamour e festas. É duríssima! Recebemos muito mais “não” do que “sim”, ficamos desempregados muitas vezes e nosso trabalho é avaliado por todos o tempo todo. Mas fazer o que se gosta compensa.

Já pensou em seguir outra profissão?
Não.
Hoje você se sente como um dos grandes talentos da teledramaturgia?
Não!!! Acho que a TV brasileira tem muitos atores talentosos. Mas sei que da minha geração, sou um dos atores mais atuantes no teatro.

Defina quem é o Marcelo Médici.
Vixi [risos]!! Eu acho que as pessoas nunca têm uma auto-avaliação correta. Sou um cara bem humorado, mas não necessariamente engraçado o tempo todo. Minha mãe me via como uma criança, algumas pessoas que não gostam de mim devem me achar um "FDP" e meus cachorros pensam que sou Deus [risos].

O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
Eu sou de fases. Eu gosto de me jogar no chão e brincar com os meus quatro cachorros. Fico em casa assistindo seriados no DVD. "Damages", "True Blood", "Criminal Minds", "Dexter" e "Law & Order: SVU" são meus prediletos. Eu estou viciado, eu passo a noite assistindo, fico até altas horas. Tenho que tomar cuidado pra não virar a noite. Isso é o que eu tenho feito nas horas vagas. Viajar para o exterior foi uma coisa que eu descobri há pouco tempo. Viajar abre a cabeça.

Quais lugares você mais gostou de visitar?
Gostei muito de Firenze. Estava tão frio que vou ter que voltar lá depois [risos]. Como ficamos 50 dias gravando, ninguém ficou passeando. Só fiquei 10 dias em Roma, que foi uma coisa inacreditável. Sou católico, mas não muito praticante, apesar de ser devoto de Santo Antônio. Fui conhecer o Vaticano e foi muito emocionante. Nova York também é incrível, eu ainda vou morar lá um dia. E Miami muita gente não gosta, mas eu também acho delicioso. Acho divertidíssimo. Eu adoro Miami. Quero conhecer a França, Espanha, que é a cidade da minha avó, e Berlim. Também quero ir para um lugar que é muito longe: Japão.

Qual foi a maior conquista da sua vida?
Ter 1.500 pessoas na plateia para assistir o “Cada Um Com Seus Pobrema”. Isso é o maior presente que um ator pode receber na vida. Não é que era um texto conhecido da Broadway, eu que escrevi. Isso é quase aquela historia "já posso morrer feliz". Mas o bem mais precioso que a gente tem na vida é estar perto de pessoas que a gente ama. Minha mãe faleceu quando eu tinha 27 anos, em 1999. Eu não tinha grana, passei por muitas dificuldades. Minha avó morreu há dois anos. É como se eu tivesse tido duas mães. Eu tenho uma memória assustadora, segundo meus amigos. Parece que foi ontem que minha avó me levava na escola. Que bom que pude ficar com ela no final da vida dela. Você pode ganhar o Oscar, mas não quer dizer que você vá ter segurança, que você já esta no patamar, esse patamar não existe. A nossa profissão lida com tudo mais intensamente.

Qual é o seu maior sonho?
São tantos. O primeiro é ficar rico [risos]. Mas quem escolhe essa profissão não pode ter essa prioridade. Se eu ficar velhinho com um bom plano de saúde, já está ótimo.

Para finalizar, você namora?
Sempre [risos].

Está namorando agora?
Sempre [risos].

FONTE\FAMOSIDADES

Nenhum comentário:

Postar um comentário