sábado, 3 de dezembro de 2011

EXCLUSIVO
Lilia Cabral:
''Minha grande vaidade é me 
transformar para viver um papel''
Capa da edição de aniversário de CONTIGO!, a intérprete de Griselda, em Fina Estampa, revela que teve síndrome de pânico e depressão após a morte da mãe, dona Almedina

Por Elizabete Antunes
Lilia Cabral, 54 anos, não quer mais saber de fazer as unhas. Depois que parou de ir à manicure, por causa de Griselda, sua personagem na novela Fina Estampa, da TV Globo, ela gostou de ver suas mãos sem esmalte. 
O compromisso de ir ao salão, que para muitas mulheres é sagrado, agora está descartado. ''Antes, as minhas unhas estavam sempre descamando, agora ficaram bonitas. Pintar para quê?'', pergunta a atriz, que recebeu CONTIGO! em sua casa no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
A sessão de fotos foi acompanhada de perto pela família: o marido, o economista Iwan Figueiredo, 62, a filha única, Giulia, 14, e seu cãozinho de estimação, Gucci, um shitzu de 8 anos. 
Até o tão comentado buço de Pereirão, o apelido de Griselda na história de Aguinaldo Silva, 67, não tirou o sono de Lilia, que vive sua primeira protagonista no horário nobre. ''Minha grande vaidade é me transformar para viver um papel.

ARREGAÇANDO AS MANGAS
Aos 25 anos, quando quis tentar a carreira de atriz no Rio, Lilia teve de sair de casa. Seu pai, o italiano Gino Bertolli, não aceitava a profissão e queria que ela estudasse administração: ''Ele foi categórico: 'Já que você vai para o Rio fazer teatro, não precisa voltar mais'', conta.
 Hoje, quando recorda a história, Lilia não se faz de vítima. Ao contrário, com ajuda da terapia procurou entender o que aconteceu. ''Meu pai não era uma pessoa ruim, seus valores é que eram conservadores ao extremo'', reflete.
 ''Ele também achava que eu não ia vingar na carreira'', diz Lilia, que, assim como o pai, se aventurou em uma cidade nova sem conhecer ninguém. ''Quando ele veio para o Brasil tinha 20 anos. E o que os imigrantes fazem em um novo país? Arregaçam as mangas! Foi o que eu fiz no Rio'', compara.
Resultado: Lilia ficou três anos sem ver os pais. O reencontro foi marcado pela dor: a mãe, Almedina Cabral, estava com câncer no pâncreas e faleceu quando a atriz tinha 30 anos. O pai morreu oito anos depois. 
''Mesmo sabendo que eu não era culpada pela morte de minha mãe, entrei em depressão e tive síndrome do pânico'', conta Lilia, que, na época fazia Vale Tudo, novela de Gilberto Braga, 65. ''Durante um ano, segurei tudo sozinha. Não contei nada a ninguém. Antigamente, essas doenças não eram encaradas como são hoje.
Só tinha forças para trabalhar'', diz. Atualmente, em momentos de muito estresse, Lilia conta com acompanhamento médico. ''Mas não tomo mais remédios como naquela época'', explica.
Emocionada, a atriz diz acreditar que mãe é uma das responsáveis pelo seu sucesso. ''Com certeza, ela está no céu me ajudando. Ela e Nossa Senhora de Fátima'', fala, referindo-se à santa de quem é devota assim como Griselda.
 ''Quando li a sinopse, minha primeira intuição foi: Griselda é uma heroína. As vilãs estavam com muita força na teledramaturgia, mas chega, não é? Todo mundo quer ver coisas boas. Estamos em um momento em que as pessoas querem que o Brasil melhore, ande para frente'', palpita. 
A prova da empatia do público com Pereirão, Lilia percebe quando sai de casa. ''Estava em um restaurante quando uma senhora chegou e me falou: ‘Você é um verdadeiro exemplo!’ Não sou exemplo de nada, eu podia ser drogada, pirada...
 Sou apenas a porta-voz de muitas histórias que as pessoas gostariam de ver e ouvir. Sinto orgulho, mas não gosto de ficar me vangloriando'', garante.

FONTE\CONTIGO

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