quarta-feira, 4 de julho de 2018

André Luiz Miranda lembra sucesso na infância e fala sobre a filha: 
"Ela é a minha luz"
Destaque em 'Malhação - Vidas Brasileiras', ator conta como a paternidade mudou sua vida, relata período longe da TV e fala com carinho de Tiziu, seu inesquecível papel em 'Terra Nostra' 

Por Beatriz Bourroul 
 André Luiz Miranda, 30 anos, fala com satisfação de seu trabalho em Malhação - Vidas Brasileiras, atual temporada da trama teen da TV Globo, em que interpreta o personagem Vinícius. 
Integrante do núcleo adulto do folhetim, o ator lembra os tempos em que trabalhou como ator mirim e garante não se incomodar ao ser lembrado como Tiziu, seu personagem em Terra Nostra (1999). 
 O ator, que chegou a passar pela Band e pela Record TV, atuando em tramas como Floribella (2005) e O Rico e Lázaro (2017), já chegou a apostar em outras áreas. 
"Fui para o ramo gastronômico. Montamos um restaurante na zona norte do Rio, em Bonsucesso", conta ele, casado com Bárbara Laino, com quem tem uma filha, Beatriz, de 2 anos.
 Paizão, ele admite ter levado um susto quando soube que teria um bebê, mas mostra seu lado babão ao falar da menina. 
"Minha filha é um ser de luz, muito carinhosa, muito amorosa", afirma. 
André Luiz Miranda como Tiziu em 'Terra Nostra' e como Vinícius em 'Malhação' 

Como é participar de Malhação – Vidas Brasileiras? 
Adoro estar neste projeto, falando de questões tão relevantes, de importância social e a cultural. O bacana é que o foco dos personagens muda a cada 15 dias, dando destaque a todos. Tinha trabalhado com a autora desta temporada, Patrícia Moretzohn, em Floribella, e encontrei com ela novamente agora. Já havia feito vários testes para Malhação, mas agora que rolou. Aos 30! 

 Já 30?
Fiz 30 no ano passado. O tempo passa, passa rápido. 

 Você despontou na TV ainda menino. De lá pra cá, sentiu muitas mudanças? Passou dificuldades? 
Viver de arte no país é muito tenso. A gente tem que pagar o aluguel. Arte não é só TV. É teatro, música, arte de rua... Muitas representações artísticas não são reconhecidas e isso acontece com a profissão de ator. A TV tem poucos produtos. Nestes 20 anos, passei por muita coisa. 

 Passou dificuldades? 
 Meu começo de carreira foi de muitos trabalhos. Na adolescência, deu uma diminuída nas possibilidades de trabalhos e tive que pensar em um novo ramo. 

 Como foi isso?
Depois de Pecado Mortal, fiquei pensando em um plano B. Fui para o ramo gastronômico. Montamos um restaurante na zona norte do Rio, em Bonsucesso. Sou de Niterói, mas fui pra Bonsucesso aos 6 anos. Era um restaurante de self service no almoço, mesmo local em que, à noite, era bar com música ao vivo -- de quarta a sexta. 

 Esse período foi desgastante? 
Fiquei dois anos dedicado a isso. Foi bem difícil e desafiador, mas aprendi muito. 

 E quando veio a chance de voltar a atuar? 
 Surgiu a oportunidade de O Rico e Lázaro, na Record, e acabei indo para o meu ofício de origem. Nunca desisti de atuar. Sempre achei que uma oportunidade fosse surgir. 

 Nunca perdeu a esperança, nem ficou desiludido? 
Quando minha filha nasceu foi a melhor coisa que aconteceu para mim. Depois de ela ter nascido, voltei a ficar confiante. Ela é a minha luz e acho que amadureci muito com a paternidade. Minha forma de atuar evoluiu. 
 André Luiz Miranda e a filha, Beatriz, de 2 anos

Ser pai era um antigo desejo seu?
Sempre quis ser pai, mas não aos 28 anos. A gravidez me pegou de surpresa, é verdade. Mas, depois, foi só alegria 

 A surpresa da gravidez chegou a te assustar?
Foi coisa de pai e marido de primeira viagem. Minha filha é um ser de luz, muito carinhosa, muito amorosa... A Bárbara, minha mulher, é muito estudiosa e quis estudar mês a mês da gestação, saber como seria a evolução. 

E você se preocupa em acompanhá-la nos cuidados com a sua filha? 
Sou bem participativo. Dou banho, troco fralda, acordo. É claro que é importante, fundamental, ter esse comprometimento. A mulher se doa muito durante a gestação. É muito difícil todo o processo de gestação. Depois, ter que amamentar... As mulheres têm muita responsabilidade. Como companheiro, é obrigação dividir as atividades. 

 E tem vontade de ampliar a família? 
Olha (risos)... Mais para frente. Ela dá um pouco de trabalho. 

 Quando não está gravando, o que faz em seu tempo livre? 
Nesse período mais acelerado de trabalho, é complicado estabelecer uma rotina de lazer. Vou com a minha filha ao parquinho do prédio, vou à praia ou vou jogar meu futebol, além de gostar de ver filmes e séries. 

 Na TV, você ganhou grande visibilidade em Terra Nostra (1999). Ainda é muito lembrado pelo Tiziu?
 Sim, sou muito lembrado por ele. Tiziu foi um grande personagem para mim e para a novela. Muita gente se espantava pela grande quantidade de cenas e falas que eu tinha. 

 Ter um papel assim marcante gera algum incômodo?
 Não, não me incomoda. Incômodo zero! Foi um marco na televisão e ficou na memória de muita gente lindo eu que se lembrem. Acho que não mudei muito. Eu cresci, adotei dreads, tenho barba, mas o rosto é o mesmo. Só era um pouco mais gordinho. 

 Os dreads ajudaram a compor o papel em Malhação? 
O Vinícius é evangélico e tem atitudes de intolerância. É uma visão sem estereótipos. Quero quebrar o estereotipo do negro, de dreads, que já imaginam determinada religião... 

 E você? Qual sua relação com a religião? 
 Não sigo uma específica. Deus é amor, Deus é respeito. Tudo começa e flui bem quando há amor, respeito e tolerância. 

 Se tivesse que eleger um personagem dos sonhos, qual seria? 
Queria fazer parte do Pantera Negra. É tão lindo, tão representativo. Saber que este movimento para personagens negros tão representativos está crescendo me deixa feliz.

FONTE/QUEM

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